Por
Carlos Delano Rebouças
Dizem
que determinados países, como também, regiões e estados do nosso Brasil
apresentam-se como mais preconceituosos que outros, mas que na verdade,
deveríamos dizer menos preconceituosos, por ser menos explícitos?
Aqui
no Brasil, o pensamento que parte de nós, nordestinos, é que nossos
compatriotas do Sul são extremamente preconceituosos em relação à nossa região,
aos nossos costumes e à nossa realidade. Debocham de todos nós quanto à nossa
estética, por não termos chuvas, pelas dificuldades que passamos, dentre
outras. Racistas, também demostram ser, a prova foi o caso do goleiro Aranha, e
olhem que ele é um goleiro de um grande clube do Sudeste do país.
Não
pretendo aqui fazer apologia à descriminação, ao preconceito, e nem contribuir
com uma possível segregação do nosso povo. Quero chamar a atenção que essas
atitudes, bilaterais, pois também parte de nós nordestinos e nortistas para com
o povo chamado do “Sul”, precisam ser bem avaliadas, a fim de que sejam
absolutamente abolidas do pensamento humano.
A
Intolerância que vemos por aí – Judeus e palestinos no Oriente Médio; católicos
e protestantes no Reino Unido; e Negros e Brancos no Mundo, por exemplo, são
alguns de tantos existentes e perpetuados por gerações, que fazem do ser humano
um ser que precisa de uma reciclagem total sobre seus valores.
No
mundo inteiro, várias são as manifestações de liberdade de pensamento e
expressão. Países como a França, Itália e principalmente a Holanda, são vistos
como mais evoluídos, onde seus habitantes, nativos ou radicados, encontram no
país o cenário perfeito para se viver.
Mas
nem sempre é assim. Pouco se tolera as diferenças no mundo, e no Brasil, não é
diferente. Homossexuais, nordestinos, negros, pobres, analfabetos, religiosos
são vítimas constantes da intolerância no Brasil, confirmando atitudes
preconceituosas, que até parecem inatas em cada um de nós, indiscutivelmente
comuns no nosso DNA.
Mas
prefiro acreditar que não, que o preconceito não está no nosso DNA, na nossa
genética, e sim, semeado em nossos corações, em nossos pensamentos, por uma
sociedade que infelizmente se esforça para isso. Começa em casa, pela
orientação dada aos nossos filhos, que também foi a que recebemos, insensatamente,
fazendo nossos filhos enxergarem diferenças na cor, na raça, no social, no
financeiro e na estética. Em paralelo, acontece na escola, que na realidade dá
prosseguimento, colaborando também com uma intolerância com as diversidades,
presentes também em muitos materiais didáticos, principalmente em escolas mais
elitizadas.
Cabe
ressaltar que inevitavelmente o pensamento se forma, o preconceito se ratifica,
e passa a ser visto como o grande vilão de uma sociedade corrompida quanto aos
seus valores, que para quem não a sofre, passa a ser vista como prerrogativa
importante para uma consolidação social. Infelizmente.
Quem
dera o mundo mudar – passar a ser um mundo mais tolerante e menos
preconceituoso – onde a convivência entre os povos e as raças fosse harmoniosa,
e que as diversidades fossem inteiramente compreendidas. Com certeza seria um
mundo melhor, menos violento, mais sorridente e colorido, onde o amor e a paz
reinariam, sem ameaças, pelas gerações. Sonho com isso e espero que não demore
acontecer. É o meu desejo, mesmo que Deus esteja de fato escrevendo certo por
linhas tortas.
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