ARTUR EDUARDO BENEVIDES
Nascido em Pacatuba, Ceará, 1923, é poeta, ensaísta e contista brasileiro, com mais de quarenta livros publicados. Foi eleito, em 1985, o Príncipe dos Poetas Cearenses, título já detido pelo Padre Antônio Tomás, por Cruz Filho e por Jáder de Carvalho. Bacharel em Direito e em Letras, foi professor titular da Universidade Federal do Ceará.
É membro da Academia Cearense de Letras, tendo sido seu presidente entre 1995 e 2005); da Academia Cearense de Língua Portuguesa e da Academia Fortalezense de Letras, integrante, também, do Grupo Clã. Em 2000 foi derrotado em eleição para a Academia Brasileira de Letras pelo escritor Ivan Junqueira.
Artur Eduardo Benevides é vencedor de mais de trinta prêmios literários, destacando-se a Bienal Nestlé de Literatura, em 1988. Para comemorar os 80 anos do poeta, em 2003, o escritor José Luís Lira escreveu o livro "O Poeta do Ceará - Artur Eduardo Benevides", com sua biografia e trechos principais de sua obra. O livro saiu com o selo da Academia Fortalezense de Letras, da qual José Lira é fundador juntamente com Matusahila Santiago e Artur Eduardo Benevides o Presidente de Honra.
Soneto de indagação
Será tarde, Senhora, será tarde?
A vida, igual ao dia, encontra ocaso.
Termina, pouco a pouco, o nosso prazo
E o frio olhar da morte já nos carde.
Que tua luz me salve ou me resguarde.
Tuas chamas me queimam. Já me abraso.
Estamos bem além de um simples caso.
A alma, outrora errante, em ânsias arde.
Tenho estranho fulgor de adolescência,
Mas, ao notar que tudo pede urgência,
Sinto que amar me traz um certo alarde.
E ao ver o tempo inexorável, lento,
Escravo de teu grande encantamento
Aflito te pergunto — será tarde?
Será tarde, Senhora, será tarde?
A vida, igual ao dia, encontra ocaso.
Termina, pouco a pouco, o nosso prazo
E o frio olhar da morte já nos carde.
Que tua luz me salve ou me resguarde.
Tuas chamas me queimam. Já me abraso.
Estamos bem além de um simples caso.
A alma, outrora errante, em ânsias arde.
Tenho estranho fulgor de adolescência,
Mas, ao notar que tudo pede urgência,
Sinto que amar me traz um certo alarde.
E ao ver o tempo inexorável, lento,
Escravo de teu grande encantamento
Aflito te pergunto — será tarde?
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