Por
Carlos Delano Rebouças
O
consumismo toma conta do planeta e essa tendência vem a cada dia aniquilando
com a saúde da população mundial.
Dormimos
e acordamos, ouvindo que devemos consumir muito e sempre, independente de
estarmos ou não em condições para isso. Liga-se o celular, chega mensagem para
adquirir um produto; Acessa-se o e-mail, abrem-se as janelas chamando às
compras; Liga-se o rádio de seu carro, o convite aparece para consumir; e
assim, somos instantaneamente induzidos, sempre.
A
sociedade é induzida pelos diversos recursos de comunicação a consumir, a
comprar, a adquirir algo novo, como fora mencionado, mesmo que o novo ainda
esteja no seu armário, esperando envelhecer, tornar-se obsoleto ou perder a sua
validade e cair em desuso. Caso alguém duvide, até o ser humano é renovável e
substituível, como uma peça de uma engrenagem.
Trabalhamos
cada vez mais, porque consumismo cada vez mais. Nunca, em tempo algum,
produziu-se tanto no mundo, e nunca fomos tão estimulados para isso. A quem
diga que são reflexos de um mundo moderno, mais essa tendência vem levando a
população mundial a buscar, desesperadamente, diversas alternativas de melhoramento
de suas receitas e aumento de suas rendas, mesmo que custem ocupar quase que
inteiramente o tempo disponível para isso, e até, o tempo que seria disponível
para um merecido repouso. Hoje, trabalha-se mais e descansa-se menos. Piora-se
a qualidade de vida, e isso redunda em diversos problemas, como tantos
relacionados à saúde.
O
fato é que o cidadão deste planeta está envolvido numa “ciranda” que representa
simplesmente: Trabalhar muitas horas no dia - repousar bem menos - consumir muito
mais – e pagar contas, quando se permite. Quando não, começa a se preocupar, e
assim, adquiri doenças relacionadas, como a mais comum e preocupante, que se
chama stress.
Cabe
ressaltar que esse consumo desenfreado, que exige, também, uma produção
desenfreada, tem seus reflexos no planeta, que se chama poluição, e com isso,
nós, seres vivos deste ecossistema, sofremos com suas consequências. O planeta,
em todos os seus continentes, apresenta essa realidade, e sinaliza
explicitamente como pode reagir, aliás, como já está reagindo. Observemos as
mudanças climáticas, catástrofes, etc.
Já
em relação à saúde humana, que é uma reação que pode resultar em diversas outras
consequências, pode-se afirmar que uma pessoa ou profissional no estado de
stress pode cometer atos inseguros, demonstrar atitudes inseguras,
diferentemente se as condições são ou não inseguras. Com isso, surgem doenças
profissionais e do trabalho, acidentes de trabalho, problemas familiares e sociais,
dentre outros. Passa-se a estabelecer uma rotina exaustiva, presa a exigências
que poderiam ser contornadas, a fim de se garantir a qualidade de vida.
A
verdade é que quase ninguém está preocupada com isso, nem os gestores públicos,
ao criar leis mais severas e fazer executá-las, lealmente, garantindo uma
jornada justa de trabalho, sem exageros, nem a sociedade, que não deixa de
impor que sejamos consumidores natos, custe o que custar, cobrando-nos a
aquisição de qualquer que seja o objeto, mesmo que não seja necessário.
A
realidade, infelizmente, é que tornamo-nos, involuntariamente, trabalhadores,
doentes, e consumidores viciados, bombardeados a todo instante por ofertas e
mais ofertas, impiedosamente, sem limites. Vítimas de um sistema que desconhece
que a felicidade não está em consumir pela vontade, mas sim, em consumir pela
necessidade, também de garantir qualidade de vida.
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