Por Carlos Delano Rebouças
Então, recebe-se aquela grande notícia tão desejada
há meses: Uma nova oportunidade de retornar ao mercado de trabalho, que,
ausente, tanto causou privações. Expectativas inúmeras, mas que nem sempre são
correspondidas.
Assim, chegam à conclusão milhares de profissionais
que sofrem com o desemprego que assola o nosso país, no desejo de que seja a
salvação de uma lavoura perdida pelas esperanças de dias melhores, em que muitas
vezes, tornaram-se meses e até anos, mas que não demora muito a se tornar uma
decepção.
Embora pareça paradoxal - deixar de ser um alívio e
se configurar uma decepção o tão sonhado retorno ao mercado de trabalho em tempos
de crise que passa o País - trata-se bem mais uma realidade, sem tantos
recursos linguísticos que permitem melhor caracterizá-lo, mas que na verdade,
significa a inexistência do reencontro de um profissional com o seu reconhecimento,
no prevalecer do oportuno retorno financeiro. Logo o fiel da balança passa a
ser o desenvolvimento profissional que de imediato foi identificado como sem
valorização.
E o que fazer numa situação dessas, em que a
necessidade fala mais alto e pede que fique, diante de tantos compromissos
existentes, numa numerosa lista cujas prioridades não mais existem?
Confesso que é difícil de responder,
principalmente, quando não está na posição de protagonista dessa peça de
horror, sofrendo com as dificuldades vividas em tempos de estiagem de
oportunidades, e vendo bater a sua porta aquela oportunidade de dar a volta por
cima e mostrar para a sociedade o seu verdadeiro valor, contudo, não precisamos
nos esforçar tanto para assimilar toda essa angústia, quando nos postamos na
posição de profissionais reconhecedores do nosso potencial e sabedores que podemos
ser bem mais valorizados, muito mais pelo que podemos oferecer como resultados
a médio e longo prazos.
Pena que nem toda organização pensa assim – em
resgatar o profissional e não se aproveitar dele diante de sua extrema
necessidade financeira, dando o seu justo valor e reconhecendo o que pode
oferecer – passando a explorá-lo de forma explícita, muitas vezes desviando a
sua função, sem uma política de remuneração à altura de sua capacidade, além,
também, de não apresentar evidências de que alcançará patamares mais elevados
na instituição que imaginou ser o seu eldorado.
Diante desse cenário, a saída muitas vezes
encontrada por muitos é a de paralelamente continuar a sua busca por
oportunidades, as quais possam ratificar o desejo de unir o bom retorno
financeiro ao reencontro com o crescimento profissional. Sem dúvidas que pode
ser, desde, é claro, que exista prudência e sabedoria, para que aconteça no
momento certo, para que, na contramão da precipitação, não leve de volta aos
tempos difíceis vividos de uma crise.
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