sexta-feira, 15 de julho de 2016

NEM SEMPRE É O QUE ESPERAMOS

Por Carlos Delano Rebouças

Então, recebe-se aquela grande notícia tão desejada há meses: Uma nova oportunidade de retornar ao mercado de trabalho, que, ausente, tanto causou privações. Expectativas inúmeras, mas que nem sempre são correspondidas.

Assim, chegam à conclusão milhares de profissionais que sofrem com o desemprego que assola o nosso país, no desejo de que seja a salvação de uma lavoura perdida pelas esperanças de dias melhores, em que muitas vezes, tornaram-se meses e até anos, mas que não demora muito a se tornar uma decepção.

Embora pareça paradoxal - deixar de ser um alívio e se configurar uma decepção o tão sonhado retorno ao mercado de trabalho em tempos de crise que passa o País - trata-se bem mais uma realidade, sem tantos recursos linguísticos que permitem melhor caracterizá-lo, mas que na verdade, significa a inexistência do reencontro de um profissional com o seu reconhecimento, no prevalecer do oportuno retorno financeiro. Logo o fiel da balança passa a ser o desenvolvimento profissional que de imediato foi identificado como sem valorização.

E o que fazer numa situação dessas, em que a necessidade fala mais alto e pede que fique, diante de tantos compromissos existentes, numa numerosa lista cujas prioridades não mais existem?

Confesso que é difícil de responder, principalmente, quando não está na posição de protagonista dessa peça de horror, sofrendo com as dificuldades vividas em tempos de estiagem de oportunidades, e vendo bater a sua porta aquela oportunidade de dar a volta por cima e mostrar para a sociedade o seu verdadeiro valor, contudo, não precisamos nos esforçar tanto para assimilar toda essa angústia, quando nos postamos na posição de profissionais reconhecedores do nosso potencial e sabedores que podemos ser bem mais valorizados, muito mais pelo que podemos oferecer como resultados a médio e longo prazos.

Pena que nem toda organização pensa assim – em resgatar o profissional e não se aproveitar dele diante de sua extrema necessidade financeira, dando o seu justo valor e reconhecendo o que pode oferecer – passando a explorá-lo de forma explícita, muitas vezes desviando a sua função, sem uma política de remuneração à altura de sua capacidade, além, também, de não apresentar evidências de que alcançará patamares mais elevados na instituição que imaginou ser o seu eldorado.

Diante desse cenário, a saída muitas vezes encontrada por muitos é a de paralelamente continuar a sua busca por oportunidades, as quais possam ratificar o desejo de unir o bom retorno financeiro ao reencontro com o crescimento profissional. Sem dúvidas que pode ser, desde, é claro, que exista prudência e sabedoria, para que aconteça no momento certo, para que, na contramão da precipitação, não leve de volta aos tempos difíceis vividos de uma crise.

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