O verdadeiro preço de um brinquedo
É
comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a existência de
personagens famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de
produtos destinados a essa faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No
entanto, tendo em vista a idade desse público, surge a pergunta: as crianças
estariam preparadas para o bombardeio de consumo que as propagandas veiculam?
Há quem
duvide da capacidade de convencimento dos meios de comunicação. No entanto,
tais artifícios já foram responsáveis por mudar o curso da História. A
imprensa, no século XVIII, disseminou as ideias iluministas e foi uma das
causas da queda do absolutismo. Mas não é preciso ir tão longe: no Brasil
redemocratizado, as propagandas políticas e os debates eleitorais são capazes
de definir o resultado de eleições. É impossível negar o impacto provocado por
um anúncio ou uma retórica bem estruturada.
O
problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil.
Comerciais para essa faixa etária seguem um certo padrão: enfeitados por
músicas temáticas, as cenas mostram crianças, em grupo, utilizando o produto em
questão. Tal manobra de “marketing” acaba transmitindo a mensagem de que a
aceitação em seu grupo de amigos está condicionada ao fato dela possuir ou não
os mesmos brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um ciclo
interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento infantil.
Fica
clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fim de
limitar, como já acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para
esse público, visando à proibição de técnicas abusivas e inadequadas. Além
disso, é preciso focar na conscientização dessa faixa etária em escolas, com
professores que abordem esse assunto de forma compreensível e responsável. Só
assim construiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus
produtos sem obter vantagem abusiva da ingenuidade infantil.
Fonte: internet
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