quarta-feira, 1 de outubro de 2014

DEBATE POLÍTICO: A CERTEZA DA IGNORÂNCIA DOS ELEITORES



DEBATE POLÍTICO: A CERTEZA DA IGNORÂNCIA DOS ELEITORES

Autor: Carlos Delano Rebouças

Ninguém tem dúvida que político no Brasil tem certeza que é muito fácil desenvolver sua carreira e conquistar seus objetivos, diante da total falta de esclarecimento do eleitor deste país. Porém, essa crença parece passar dos limites, quando assistimos aos debates políticos que antecedem os pleitos.

Várias são as justificativas para este estado de ignorância absoluta de nosso povo, que por ser não politizado, incoerente nas suas escolhas e sem lucidez, torna-se alvo fácil das falácias e das enganações, chegando ao extremo absurdo de olhar para um simples candidato e enxerga-lo como uma celebridade, um ser que estar acima de todos os outros membros da sociedade, bem diferente da real imagem de um representante público, que o representa numa esfera do puder, defendendo seus interesses.

Essa confirmação de ignorância do povo brasileiro, de sua sociedade, apresenta em várias situações, como numa simples reunião ou no quase extinto comício, que pouco se vê hoje em dia, já que perdeu força quando proibiram, pela lei, a apresentação de artistas, que acabou denominando “showmício”. O povo aplaudia, gritava aos prantos o nome do político, dizendo “que homem bom”, diante de sua trabalhada oratória e do prazer de ver seu artista se apresentar, mesmo que seja às suas custas.

O povo brasileiro sempre foi facilmente enganado, não somente pela lábia dos políticos, nem menos pelos presentinhos oferecidos, como camisas, bonés, óculos, dentaduras e até trocados, como também, pela estética do candidato. Tem gente que vota em candidato pela sua juventude, beleza e até seus olhinhos azuis.

Que absurdo, não é, em pleno século XXI termos um cenário político nestas condições?

Aí, chegam os debates. Chega a hora de ouvir as propostas de cada candidato, não é? Enganam-se todos, infelizmente. Chega de fato é a hora do confronto geral, não de ideias, mas sim, de ofensas, de verdades e mentiras que se combinam e se distanciam do entendimento por parte dos mais lúcidos. Estes, logo percebem que aquele espaço que era para ser democrático, transforma-se num cenário de troca de insultos, por pessoas que comem ou comeram no mesmo prato, aliás, que mamaram nas mesmas tetas de um país, explorado desde a sua descoberta.

Na prática, num debate ninguém responde nada, e quando se dá uma resposta, nada tem relação à pergunta formulada. Quando é para responder, aproveita-se a oportunidade para atacar o adversário, e até quem sequer está presente ou participando do processo eleitoral. E assim brincam com a inteligência dos mais esclarecidos e arrancam aplausos e gargalhadas, desentendidas, dos menos preparados para escolher um representante público. Debate político hoje no Brasil virou piada de mau gosto e falta de opção na TV brasileira.

Estamos sendo levados a aceitar, inevitavelmente, a tese de que a política não é levada a sério neste país, e que cada vez mais, seus protagonistas, acreditam que é muito fácil lidar com o nosso povo ao vivo e em cores.

Alguém tem dúvida?

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