QUAL A IMPORTÂNCIA DAS COISAS?
Autor: Professor Carlos Delano Rebouças
Que
importância tem um móvel velho que não serve mais para a sua casa? Que
importância tem uma roupa velha e rasgada, que não usa mais? Qual o destino que
costuma dar a uma caixa de papelão que embalou alguma coisa adquirida
recentemente? Qual o destino dado às garrafas pets que costumam condicionar as
bebidas consumidas em sua casa? São inúmeras perguntas que de pronto temos
respostas, prontas, para justificar seus descartes quando não mais nos servem.
Tudo
tem seu valor, sua importância, desde que saibamos de nossas necessidades e de
nossos projetos. Tudo que não serve para alguém pode vir a representar muito
para quem tem pouco ou nada tem. Pode arrancar um sorriso, uma lágrima, e ser
motivo de festejar. Todavia, caso venha a se tornar algo muito valioso,
necessário, que os sentimentos se encarreguem de se manifestar,
verdadeiramente, e que sejam compreendidos por aqueles que ainda não têm
maturidade e sabedoria para isso.
Quantos
dormem em calçadas, debaixo de marquises, sobre papelões, que foram descartados
como lixo? Quantos se vestem com roupas doadas, descartadas, ou por não mais
servirem, ou por estarem rasgadas e até fora de moda? Quantos não transformam
garrafas pets em seus copos, cortados ao meio, para tomar água nas praças
públicas? Inúmeras são as pessoas no Brasil e no mundo nestas condições,
vivendo nesta realidade, porém, dizendo-se felizes, satisfeitas, pelas
conquistas poucos valorizadas por uma minoria, que não sabe valorizar a vida, e
até debocha do sorriso em seus rostos.
Vi
num programa de TV, um quadro onde promovia um dia diferente para moradores de
rua. Na oportunidade, excluídos da sociedade puderam consumir bebidas e comidas
que nunca tiveram acesso e jamais imaginaram experimentar. Momento único,
vivido por pessoas que vivem numa simplicidade, com limitações e dificuldades,
mas que a alegria de viver permanece em cada um daqueles sobreviventes de um
sistema aniquilador, que impiedosamente não poupa ninguém. São sonhadores que
não abandonam seus desejos, seus mundos de fantasia, mesmo que não exista a
luta pela a transformação.
Faça
desta reflexão o seu projeto de vida, e procure se tornar uma pessoa melhor,
mais compreensiva e fraterna. Que aprendamos a valorizar mais o que temos e o
que adquirimos, não por querer nos prender ao material, mas por saber que houve
um esforço para a sua aquisição; que entendamos que tudo que pode não nos
servir mais, pode ser de extrema utilidade para alguém tão necessitado; e que
se por acaso, enxergar preço naquilo que para você não tenha mais valor, serventia,
mesmo sob uma análise de suas necessidades, reavalie seus valores, a fim de
tornar a sua vida mais útil à humanidade.
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