Autor:
Carlos Delano Rebouças
Ninguém
tem dúvida que político no Brasil tem certeza que é muito fácil desenvolver sua
carreira e conquistar seus objetivos, diante da total falta de esclarecimento
do eleitor deste país. Porém, essa crença parece passar dos limites, quando
assistimos aos debates políticos que antecedem os pleitos.
Várias
são as justificativas para este estado de ignorância absoluta de nosso povo,
que por ser não politizado, incoerente nas suas escolhas e sem lucidez,
torna-se alvo fácil das falácias e das enganações, chegando ao extremo absurdo
de olhar para um simples candidato e enxerga-lo como uma celebridade, um ser
que estar acima de todos os outros membros da sociedade, bem diferente da real
imagem de um representante público, que o representa numa esfera do puder,
defendendo seus interesses.
Essa
confirmação de ignorância do povo brasileiro, de sua sociedade, apresenta em
várias situações, como numa simples reunião ou no quase extinto comício, que
pouco se vê hoje em dia, já que perdeu força quando proibiram, pela lei, a
apresentação de artistas, que acabou denominando “showmício”. O povo aplaudia,
gritava aos prantos o nome do político, dizendo “que homem bom”, diante de sua
trabalhada oratória e do prazer de ver seu artista se apresentar, mesmo que
seja às suas custas.
O
povo brasileiro sempre foi facilmente enganado, não somente pela lábia dos
políticos, nem menos pelos presentinhos oferecidos, como camisas, bonés,
óculos, dentaduras e até trocados, como também, pela estética do candidato. Tem
gente que vota em candidato pela sua juventude, beleza e até seus olhinhos
azuis.
Que
absurdo, não é, em pleno século XXI termos um cenário político nestas
condições?
Aí,
chegam os debates. Chega a hora de ouvir as propostas de cada candidato, não é?
Enganam-se todos, infelizmente. Chega de fato é a hora do confronto geral, não
de ideias, mas sim, de ofensas, de verdades e mentiras que se combinam e se
distanciam do entendimento por parte dos mais lúcidos. Estes, logo percebem que
aquele espaço que era para ser democrático, transforma-se num cenário de troca
de insultos, por pessoas que comem ou comeram no mesmo prato, aliás, que
mamaram nas mesmas tetas de um país, explorado desde a sua descoberta.
Na
prática, num debate ninguém responde nada, e quando se dá uma resposta, nada
tem relação à pergunta formulada. Quando é para responder, aproveita-se a
oportunidade para atacar o adversário, e até quem sequer está presente ou
participando do processo eleitoral. E assim brincam com a inteligência dos mais
esclarecidos e arrancam aplausos e gargalhadas, desentendidas, dos menos
preparados para escolher um representante público. Debate político hoje no
Brasil virou piada de mau gosto e falta de opção na TV brasileira.
Estamos
sendo levados a aceitar, inevitavelmente, a tese de que a política não é levada
a sério neste país, e que cada vez mais, seus protagonistas, acreditam que é
muito fácil lidar com o nosso povo ao vivo e em cores.
Alguém
tem dúvida?
Nenhum comentário:
Postar um comentário