BEM MAIS INJUSTO DO QUE
INGRATO
Por
Carlos Delano Rebouças Pinheiro
Dizem
que a ingratidão é um dos piores defeitos do ser humano e que está presente no
coração e na consciência da maioria das pessoas deste mundo. Porém, até que
ponto a ingratidão pode ser enxergada como uma atitude reprovável aos olhos da
justiça?
Quando
se percebe que alguém demonstra ingratidão, logo somos levados a questionar as
atitudes tomadas. Pontualmente verificamos um comportamento distanciado
daqueles que acreditamos serem dignos de reconhecimento, que nos leva
imediatamente a fazer uma análise crítica sobre o caráter do protagonista. Não
reconhecer o que foi feito por alguém em seu favor, visto e avaliado pela
sensatez de terceiros, remete a compreensão de que se trata de uma atitude
abominável e injusta.
Esse
sentimento, obviamente, demonstra quem reúne características suficientes para a
sua compreensão. Todavia, infelizmente, não é para todo mundo. Hoje, o
expediente de servir ao próximo está cada vez mais, menos praticado, apesar de
ser visto por muitos como uma prática obrigatória do ser humano. Nem sempre é
assim, e, quando se conduz a vida desta forma – servindo ao semelhante – quase
sempre não se tem o reconhecimento do beneficiado. Um simples obrigado e o
registro em sua memória.
Não
queremos aqui dizer que fazemos para ser reconhecidos, reverenciados e vistos
como fraternos. O que se faz ao semelhante, acreditamos ser como uma
retribuição á Deus, que faz tanto por nós, sempre, e como uma forma de
representá-lo com atitudes louváveis junto aos nossos irmãos. Contudo, queremos
ressaltar que a ingratidão que se tem a quem lhe faz um bem, um favor,
significa muito mais diante do ensinamento que recebemos do Pai. Significa na
verdade, uma atitude injusta.
No
entanto, muito pior que ser ingrato, em não reconhecer o que se faz e o que foi
feito por você, é ser injusto em emitir sua opinião, caluniosa, sobre quem mais
lhe ajudou, na vendagem injusta da imagem da única pessoa que lhe estendeu a
mão, quando não tinha mais a quem procurar.
Infelizmente
a humanidade se apresenta assim, ingrata, porém, pela incapacidade de
compreender e mensurar a instituição justiça passa a se comportar das mais
variadas maneiras, repugnantes, bem distante de aceitar que se trata de uma
postura absolutamente injusta. Prefere ignorar a dizer um muito obrigado.
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