sexta-feira, 8 de agosto de 2014

QUE NÃO SE DANE A EDUCAÇÃO, E SIM, A IGNORÂNCIA


QUE NÃO SE DANE A EDUCAÇÃO, E SIM, A IGNORÂNCIA

Autor: Carlos Delano Rebouças

Algumas vezes, para não parecer tão exigente, durante as minhas aulas, percebo alunos dispersos, demonstrando desinteresse pelo tema ou assunto estudado, que representa um comportamento, infelizmente, comum em muitas salas de aula do Brasil e do mundo, que confirma uma total desvalorização da educação.

 Essa postura de significante parte dos estudantes, e que nenhum professor pode se queixar e enxergar com desmotivador, muito pelo contrário, precisa ser bastante analisado em todos os seus aspectos, pois apresentam prerrogativas essenciais para a confirmação de um belo trabalho. Estimula em muito qualquer educador em busca de soluções, mediante o desenvolvimento de projetos, aos quais serão importantíssimos para o futuro da sociedade.

Entretanto, na prática não se trata de uma tarefa fácil – lidar com o descaso com a educação – que às vezes tem seu nascedouro dentro da família, ou seja, fruto de uma desvalorização herdada, que insiste em se perpetuar pelas gerações. Pais que não acreditam na educação com libertação e edificação, não estimulam e corroboram para que os filhos a valorizem. Não esqueçamos também da responsabilidade do poder público, que falha em não desenvolver ou aplicar políticas públicas necessárias para erradicar os problemas da educação.

Mas por que os pais e responsáveis matriculam e querem que os filhos frequentem a escola?

Diversas são as explicações, muitas vezes mal justificadas. Vejamos: Fazer valer o direito sobre benefícios sociais vinculados à educação; ocupar parte do tempo, que seria em casa ou na rua, minimizando desgastes nas relações; acesso à merenda escolar; possibilidade de adquirir um certificado de ensino médio, pelo menos, independente de conhecimento; e apresentar-se para a sociedade como que não fossem omissos quanto à educação dos filhos.

Podemos até reunir mais justificativas para a desvalorização do conhecimento e o desenvolvimento humano, porém, já se entende como suficientes para uma severa reflexão.


Que caiba, sim, fazer uma reflexão profunda sobre as questões tratadas sobre a educação no contexto apresentado, e que seja justamente valorizada, em absoluto, compreendendo toda a sua importância, seja de cunho pessoal, social ou profissional. Precisamos aceitá-la como uma verdade, compreendendo a necessidade de desenvolver a educação como competência humana, algo que faça do homem um ser diferenciado. Já estamos cansados de exaltar os primatas.

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