Autor: Carlos Delano Rebouças
A
cada dia, percebe-se que o homem avança cada vez mais na individualização de
seus desejos e sentimentos, mergulhando num profundo egoísmo, que resulta em
atitudes extremamente reprováveis.
Comover-se
com os sofrimentos alheios, penalizar-se com as angústias de terceiros e
demonstrar sentimentos verdadeiros são atitudes que vêm se perdendo com o
tempo, ou até mesmo, postas em dúvida, ao longo da história da humanidade. O
homem demonstra cada vez mais que uma razão, questionável quanto às atitudes,
prevalece, em vez da emoção, sensata, pura e verdadeira, e aliada a uma razão,
centrada, que significa o verdadeiro sentimento, nutrido no coração. Age muitas
vezes impensadamente, dizendo-se ciente das consequências, mas que na verdade,
troca os pés pelas mãos, e até desconhece valores humanos, levando-lhe a
desvalorizar a dor do semelhante.
É
assim nas guerras, onde vidas são destruídas pelo interesse de quem se diz
líder de uma nação; assim também nas guerrilhas urbanas, da sociedade, desrespeitando-se
o semelhante e esquecendo qualquer valor ou vínculo existente, passando como um
rolo compressor, por cima de tudo e de todos.
Que
humanidade é esta que se diz evoluída e demonstra estar tão estagnada quanto a
sua sensibilidade?
De
fato, a humanidade evoluiu muito, em muitos aspectos, por via de interesses
pessoais, absolutamente alheios aos interesses gerais.
Desenvolveram-se
armamentos de fogo e atômico, poderosos, todavia, desvalorizou-se a palavra;
desenvolveram-se a medicina e a engenharia, e ainda não foi desenvolvida a cura
de muitas doenças; o mundo foi transformado pelo homem, e hoje o destrói; e
grandes nomes da arte e da educação surgiram para o mundo, e hoje nem tanto.
Parecem irônicos os caminhos seguidos pela humanidade, porém, muito mais
controversos, diante da insensível capacidade de conduzir as ações.
A
notória falta de sensibilidade do homem faz com que não tenha uma aproximação
com as pessoas e um estreitamento das relações sociais, a qual permita um
envolvimento maior, para um salutar exercício de suas habilidades sensoriais.
Impede o surgimento ou ressurgimento de um homem verdadeiro, puro, feito de
razão e emoção, e pronto para estender sua mão a quem precisar.
Mas
como exercitar a sensibilidade, hoje, num planeta que cada vez mais nos torna
individualistas?
Precisa-se,
inicialmente, identificar aqueles que ainda mantêm boas características
humanas, porém, estando todos, conscientes que são salutares, para em seguida,
aliar-se aos seus propósitos e crenças. Em seguida, assumir-se como elemento
multiplicador do bem e objetivar contribuir para um mundo cada vez melhor, a
partir de nossas atitudes, sem em nenhum momento pensar em se corromper, diante
dos interesses de uma maioria, que luta e reluta em tornar o mundo pior.
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