Heráclito de Alencastro Pereira da Graça nasceu em Icó, em 18 de outubro de 1837 e morreu no Rio de Janeiro, 14 de abril de 1914, sendo advogado , político e escritor brasileiro, ocupando a cadeira de número 30 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 30 de julho de 1906, na sucessão de Pedro Rabelo, e tomou posse por carta em 11 de julho de 1907.
Filho de José Pereira da Graça, o Barão de Aracati, e de Maria Adelaide da Graça, formou-se em direito pela Faculdade de Direito do Recife, em 1856, logo seguindo com o pai para o Maranhão. Foi deputado provincial e deputado geral (1869 - 1872) pelo Maranhão, e presidente da Paraíba, de 25 de junho a 11 de novembro de 1872, novamente deputado geral (1872 - 1875) e presidente do Ceará, de 23 de outubro de 1874 a 1 de março de 1875, sempre pelo Partido Conservador.
Posteriormente, exerceu a advocacia no Rio de Janeiro e a consultoria jurídica do Ministério das Relações Exteriores. Era profundo conhecedor da filologia e da linguística. Sua principal obra literária foi Fatos da Linguagem, publicado em 1904. Foi membro, como dito anteriormente, da Academia Brasileira de Letras, e da Academia Cearense de Letras, e do Instituto do Ceará.
Hoje, Heráclito Graça é nome de Avenida em Fortaleza, e conhecido, infelizmente, somente dessa forma pela maioria dos cearenses.
Fatos da linguagem, de Heráclito Graça. (432 p.).
Despedindo-me do sr. Cândido de Figueiredo, parece-me que na análise que fiz de suas opiniões, observei fielmente o programa que me tracei: com inteira calma e urbanidade, e sem teorias e divagações, contrapor para refutá-lo a autoridade dos clássicos e dos mais abalizados escritores da língua portuguesa esquecidos por s. exa., cujos talentos, saber e serviços à boa linguagem sou o primeiro a admirar. Meu dissentimento com antagonista de tanto mérito cifrou-se nos fatos da linguagem que restabeleci. E este terreno é pequeno em comparação da harmonia em que folgo e me ufano de estar com s. exa. em numerosíssimos assuntos que há ilustrado em suas obras com proveitosas lições para mim e para muitos. Que lucre também a língua portuguesa com o nosso limitado debate, separado do joio o bom trigo, é o meu mais ardente desejo.
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Infelizmente, noutros pontos permaneceu intransigente, afrontando a evidência dos fatos da linguagem, rejeitando os exemplos de escritores exímios que em outras ocasiões ele próprio invocara e calorosamente elogiara para justificar questões de linguagem, ou menoscabando muitos de mérito geralmente aceito e aclamado.
Nalguns pontos, finalmente, não me quis entender ou evitou a questão, ou saiu dela, divagando, ou a transmudou e, o que é mais grave e me foi sensível, enganou-se atribuindo-me cousas que não escrevi, nem podia escrever, e intentos que nunca tive, nem podia ter, e tirando conclusões forçadas, despropositadas e arbitrárias de minhas asserções claras e restritas ao objeto debatido; de sorte que o leitor imparcial ou de boa fé, para conhecer de que lado está a razão e a lealdade, não necessita senão cotejar a resposta com o meu artigo.
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