A canção de autoria
de Belchior – Galos, Noites e Quintais – que também fez muito
sucesso com Jair Rodrigues, serve-nos para uma análise interpretativa e
sintática profunda, diante de tanta riqueza de recursos linguísticos, figuras
de linguagem e uma construção sintática incomparável. Vejamos:
“Quando eu não tinha o olhar
lacrimoso
Que hoje eu trago e tenho
Quando adoçava o meu pranto e o meu sono
No bagaço da cana do engenho
Quando eu ganhava este mundo de meu Deus
Fazendo eu mesmo o meu caminho
Por entre as fileiras de milho verde que ondeia
Com saudade do verde marinho
E eu era alegre como um rio
Um bicho, um bando de pardais
Como o galo (quando havia galos, noites e quintais)
Mas veio o tempo negro
E a força fez comigo o mal que a força sempre faz
Não sou feliz
Mas não sou mudo
Hoje eu canto muito mais”.
Que hoje eu trago e tenho
Quando adoçava o meu pranto e o meu sono
No bagaço da cana do engenho
Quando eu ganhava este mundo de meu Deus
Fazendo eu mesmo o meu caminho
Por entre as fileiras de milho verde que ondeia
Com saudade do verde marinho
E eu era alegre como um rio
Um bicho, um bando de pardais
Como o galo (quando havia galos, noites e quintais)
Mas veio o tempo negro
E a força fez comigo o mal que a força sempre faz
Não sou feliz
Mas não sou mudo
Hoje eu canto muito mais”.
Percebemos
que o autor usa de recursos linguísticos (verbos e advérbios) para mostrar que
passou por uma transformação de pensamento e ideologia, deixando claro o seu
saudosismo de uma época áurea vivida, bem como um amadurecimento conquistado.
Mostra
a liberdade que tinha de conhecer o mundo, como se fosse uma dádiva,
principalmente quando usa a expressão “ganhava este mundo”, valorizando a
natureza e as riquezas ofertadas por Deus.
Usa
de figuras de linguagem para enfatizar e embelezar o seu poema, com termos
“emprestados” pela nossa rica língua portugueses para dar sentido e beleza
sonora. O verbo “ondear” por meio da catacrese enfatiza o movimento do milharal
como se fossem ondulações.
Percebem-se,
também, comparações diversas para
mostrar que a natureza precisa ser exaltada, e, comparar-se a ela, é mais do
que conveniente, é justo, pois somos seu predador e de nós mesmos.
Porém,
diante de seu saudosismo e de sua aparente felicidade existia um homem triste e
melancólico que se evidencia logo quando surge a oração coordenada adversativa,
iniciada pela conjunção “mas”. Diz que “o tempo negro veio e força lhe fez o
mal”. Reconhece o Maniqueísmo existente no mundo. Contudo, embora adversamente,
mostra otimismo e firmeza quando diz “mas não sou mundo e hoje canta muito
mais”, justificando a sua infelicidade assumida.
autoria de Belchior
ResponderExcluirPerfeito. Eu que inverti.
Excluirautoria de Belchior
ResponderExcluirautoria de Belchior que fez sucesso com Jair Rodrigues.
ResponderExcluirO cotranrio
ResponderExcluir*o contrário, composição de belchior.
ResponderExcluir*o contrário, composição de belchior.
ResponderExcluirA força eu credito a sociedade impondo o papel de pai de família, ele era um ser livre, não se acostumou as amarras.
ResponderExcluirDesculpem os leitores, mas inverti sem perceber. É de autoria de Belchior. Foi um equívoco.
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