terça-feira, 22 de julho de 2014

O DESESPERO PODE LEVAR À CRENÇA E AO SURGIMENTO DE APROVEITADORES

O DESESPERO PODE LEVAR À CRENÇA E AO SURGIMENTO DE APROVEITADORES

Autor: Carlos Delano Rebouças

Ontem à noite, ainda não muito tarde, em um dos canais abertos da TV brasileira, vi um programa de uma igreja que se intitula evangélica, muito conhecida, e o tema em discussão me chamou muito atenção, pela delicadeza da abordagem.

Sabemos que a sociedade brasileira e mundial, praticamente, está entregue às drogas, lícitas ou ilícitas, que a cada dia vêm destruindo a juventude, a família, e a sociedade, e esta quando não mais encontra no poder público, soluções e respostas imediatas, acaba buscando na fé em um ser superior, através de uma religião, a solução dos seus problemas.

Acreditar que Deus pode mudar e transformar a sua vida é louvável para qualquer ser humano. Essa demonstração de fé representa ser o primeiro passo e o mais importante no processo de conversão de sua vida. Mas até que ponto os seus, aliás, os nossos problemas podem ser vistos e usados como ferramentas de aproveitadores, que muitas vezes nem avaliam as atitudes que tomam?

Falo isso, amigos, porque ontem vi nesse programa um pastor dizer que sua igreja realiza a cura de dependentes químicos, gratuitamente, e que clínicas não conseguem isso na prática.

Quem não conhece ou já ouviu falar de inúmeras clínicas de tratamento e casas de recuperação que seguem métodos científicos da medicina, da psicologia, sociologia, assistência social, dentro da legalidade, como também, com uma orientação religiosa, que surtem admiráveis efeitos de transformação?

Não quero aqui dizer que desacredito do poder de Deus e que podem ser curar e transformar suas vidas. Quero dizer que aquilo que assisti pareceu uma apelação desesperada, pela conquista de mais fiéis para a devida igreja, que, diga-se de passagem, tem o meu respeito pela transformação de muitas vidas, mas critico a falta de ética com quem luta diariamente contra as drogas e apresenta resultados positivos, em clínicas e casas de recuperação.

Que fique assim a minha observação, para que a instituição Igreja faça o seu papel social de forma digna, lícita e coerente. Que a teoria da prosperidade seja menos aplicada, e que não se alimente falsas ilusões em quem está fragilizado por inúmeros problemas.


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