Por Carlos Delano Rebouças
A
vida é bela. Tema de filme, não é? Sim, inclusive vencedor de Oscar, ao
retratar a forma como um pai espirituoso conseguiu lidar com os horrores de um
campo de concentração, cuidando de seu filho, para que o mesmo não percebesse
aquele universo de desumanidade.
Roberto
Benigni foi maravilhoso na sua interpretação. Fantástico numa postura exemplar
de um pai que protege o filho de forma sábia e inteligente, num esforço
descomunal para adjetivar a vida, como o próprio título do filme apresenta: A
Vida é bela.
Muitos
não enxergam assim – que a vida não é tão bela quanto Benigni enxergou em seu
personagem – pelo contrário, apresentam sempre motivos para ser adjetivada de
forma negativa, ou pelo menos, vista com atributos que não estimulam tanto
otimismo.
Guido
Orefice, personagem principal do filme, teria todas as razões para se entregar
à tristeza, levando consigo seu filho, não é? Preferiu esforçar-se como um
verdadeiro ator revelado na figura de um pai, adjetivando a vida de forma
positiva, sem mesmo ter motivos para isso, aliás, sim, e fortíssimos, ou alguém
dúvida que o amor de um pai não significa um grande motivo?
Como
o personagem de Roberto Benigni, no mundo, muitos, milhares..., que fazem de
sua vida uma grande interpretação para o espetáculo da vida. Pais que fazem as
lágrimas de um sofrimento não serem percebidas pelo sorriso de uma falsa
felicidade, para fazer filhos felizes.
Pais que mesmo sem está num cenário de
guerra, têm na sua batalha diária da vida, dificuldades imensas de garantir o
mínimo de alegria aos filhos. São os atores comuns da vida, que lutam na sua
adjetivação, merecedores de estatuetas tão emblemáticas quanto a que Benigni
recebeu.
A
vida é bela mesmo, e precisamos sempre manter a visão romântica sobre ela. A
subjetividade é normal, e os nossos olhos e nossa espiritualidade, ou até,
nossas escolhas influenciam no nosso enxergar. Escolhas, por exemplo, de
pessoas otimistas para convivermos, que nos ajudam a encontrar os adjetivos
certos para tornar bela a vida que Deus nos deu. Enquanto há vida, há uma luz,
e uma esperança de vislumbrar um novo dia.
O
mundo precisa de mais pessoas como o personagem Guido Orefice, que de tudo fez
para evitar que o filho enxergasse aquela realidade da vida, sem suas belezas,
sem seus adjetivos positivos, mantendo-se otimista sempre, na certeza que tudo
aquilo iria passar sem seu filho enxergar.
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