por Carlos Delano Rebouças
Essa ideia de que não
devemos agradar a quem convivemos é uma conversa fiada sem tamanho. Muito mais
que um dever nosso, sob as regras da boa convivência, sem dúvidas alguma é uma
necessidade social, cuja colheita de suas reais consequências pode ser mais
desagradável quanto se mensura.
Um sorriso precisa está
presente no rosto sempre, como se possuíssemos um armário repleto de máscaras a
escolher, conforme as ocasiões. E elas não faltam, aliás, surgem e ressurgem a
todo instante, e precisamos nos mostrar, apresentando-nos em todas e para todos
envolvidos como os mais felizes, de bem com a vida, simpáticos e acolhedores. Assim precisamos ser vistos, pois dessa forma precisamos vender, sempre, a
nossa melhor imagem, como marca principal do nosso mix de produtos, embora
não estejamos, em um dado momento, espiritualmente preparados para usar a
máscara da felicidade.
E quando não nos postamos em
sociedade como grandes “marqueteiros” do “produto eu”? E quando não sabemos nos
vender, diante de um produto cujo conteúdo, e, principalmente, a embalagem não
agradam, quais as consequências para tudo isso?
Certamente, poderão ser
percebidas, tanto de imediato quanto em médio e longo prazo, constantemente ou
não, quem sabe, mas de vez em quando dará o ar de sua existência, mesmo que não
percebamos ou não queiramos enxergar ou aceitar. Confirma-se aquela máxima de
que “o pior cego é aquele que não quer enxergar”.
Antes que chegue o momento
de nossas colheitas, sabedores que não são temporalmente definidas, acontecendo
a todo instante, em cadeia, esse turbilhão de acontecimentos precisa ser
encarado com muito cuidado, pois, envolvidos neles, permitimos que sejamos
definidos conforme vistos, mas nem sempre da maneira como deveríamos ser
enxergados. Chega ao interlocutor o “produto você”, que será avaliado sob os
mais diversos critérios, os quais nem sempre bem ou justamente definidos.
Não fazendo aqui apologia
para a falsidade, mas quando digo que o nosso sorriso deve está sempre
estampado, quem sabe até na nuca, é pela certeza que comportando-nos assim, não
haverá espaços para que sejamos mal definidos, mal conceituados ou até
rotulados por pelos olhos da injustiça, pois no mercado das aparências, só
sobrevivem os mais sábios.
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