Autor: Carlos Delano Rebouças
Muitos são os interesses estabelecidos pelas
pessoas no mundo, hoje, decorrentes de uma evolução humana, pelas necessidades
e vontades, identificadas e apontadas, respectivamente, que se baseia numa
filosofia estritamente consumista, reforçada por um sistema, a qual insiste em
manipular os rumos da humanidade.
O homem em grande parte do planeta,
especialmente em continentes e países que apresentam um determinado
distanciamento de ricos valores culturais, sem também a devida valorização da
educação, vem progressivamente demonstrando uma postura que leva a construção
da imagem de um ser, a qual enxerga em tudo uma preciosidade maior que o
conhecimento. E no Brasil, grande parte de seu povo é assim.
Em nosso país, o Hino Nacional é cantado de
forma errada e mesmo assim, explicações são apresentadas, estapafúrdias,
desconexas, mas sem justificativa convincente, e ainda engrossamos um coro de
risadas, rindo de nós mesmos, tornamo-nos protagonistas de uma tragicomédia
comum da nossa cultura. Em contrapartida, cantam-se hinos de clubes de futebol
e músicas diversas e populares, sem erro algum, pois de que vale e interessa
saber a letra e até a autoria do nosso hino maior, se copa do mundo representa
um evento que só acontece a cada quatro anos?
Precisa-se entender que num passado não tão
distante, tivemos disciplinas no currículo da educação básica brasileira que
nos levavam a valorizar as artes, a cultura, o conhecimento e o saber, mas para
estas disciplinas, o interesse foi perdido, devido ao surgimento de interesses
particulares e bem diferentes dos interesses sociais, ficando somente na
lembrança dos mais saudosistas.
Ainda falando sobre a cultura do povo
brasileiro, sobre seus saberes e conhecimentos, e sua sensibilidade diante da
necessidade de se ter conhecimento e sabedoria, vemos jovens, estes mesmos em
que nas canções de tantos grandes nomes da música popular brasileira, e que
políticos também usam na elaboração de seus discursos políticos, inflamados,
para a conquista de suas simpatias, com o rótulo de o futuro da nação e do
planeta, cometendo absurdos, repugnados por uma sociedade menos alienada.
Depredam, por exemplo, monumentos culturais e
religiosos, nutridos de ódio e rebeldia, como também, pela ignorância, intolerância
e fanatismo, sob uma argumentação nada aceitável e plausível. Sustentam-se numa
tese, que parece ter sido construída no ápice da insanidade humana.
Já imaginaram ver uma notícia de que um jovem cidadão
italiano, por exemplo, dizendo-se protestante, invade uma basílica em Roma e
passa a destruir imagens sacras, obras fiéis da escola barroca? Difícil de
acreditar não é? Sim, principalmente quando se acredita tratar-se de um povo muito
mais evoluído culturalmente, bem distante da cultura de tantos outros povos,
dentre eles, o brasileiro.
O Saber, o conhecimento, precisa urgentemente
migrar para o centro dos interesses. Que a sua permanência na zona periférica
seja logo repensada pela humanidade, em especial, pelo povo brasileiro, a fim
de que não retrocedamos na nossa evolução, em passadas largas a caminho de um
verdadeiro e indigesto colapso social.
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