UM
LIVRO COMO PRESENTE DE GREGO
Autor: Professor Carlos
Delano Rebouças
Quando
recebo um convite de aniversário, independente se seja de familiar ou amigo, ou
de até um desconhecido, que teoricamente é menos provável, sempre me vejo numa
incômoda situação de definir o presente que devo ofertar.
Geralmente
sendo uma criança, um brinquedo é o mais conveniente, porém, diante das
inovações tecnológicas e os caminhos traçados pelo consumismo, presentear uma
criança com um carro ou uma boneca, certamente significará entristecê-la,
infelizmente, quando se espera um celular ou qualquer outro eletrônico do
gênero.
Adultos
se comportam da mesma forma, ou seja, contaminados pelos interesses mundanos,
onde presentes, como: roupas, relógios, calçados, e eletrônicos, desde que
sejam de marcas reconhecidas no mercado, e até presentes em dinheiro, são o que
interessa. Quer dizer, o valor material supera qualquer outro interesse,
independente dos laços afetivos e da consideração existente, e se de fato,
existe.
Como
o comportamento humano se ratifica desta forma, presentear uma pessoa com
alguma coisa que pareça monetariamente menos valiosa, mesmo que possua um valor
inestimável, pode representar uma afronta. Mas quais presentes podem se
enquadrar como preteridos, nesta visão? Um livro?
Infelizmente, presentear muita gente com um
instrumento de edificação, de aprendizagem, de desenvolvimento e de descoberta,
hoje, requer uma análise profunda, uma aproximação suficiente para saber que se
trata de uma pessoa que valoriza a leitura, que receba com prazer o presente,
com a certeza de que quem o lhe deu, reconhece-o como uma pessoa diferenciada,
que valoriza o conhecimento.
Presentear
com um livro não é um presente de grego, mas sim um presente de Deus. Pode até
ser, com a leitura que seja feita de um livro, que caminhos sejam encontrados
para uma transformação, numa mudança radical de toda uma vida, que até aquele
momento, estava presa a velhos hábitos e costumes, que só enxergavam valores
materiais, e efêmeros, como a vida, porém, quando a efemeridade da vida se
aproveita com a sabedoria que os livros permitem adquirir, com certeza é bem
mais salutar.
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