Autor: Professor Carlos Delano Rebouças
Muita
gente acredita que o ser humano é ensinado como um animal, como um cachorrinho,
adestrado, e assim procura ensinar seus filhos. Assim, pensa Aristóteles,
analisando a educação que recebe de seus pais.
Desde pequenino, Aristóteles sabe que se for aprovado, ganhará o seu
presente de Natal. Passando por média, o presente ainda é melhor, e esse é o
grande incentivo dado pelos pais.
O ano letivo começa e Aristóteles não demonstra a mesma garra que o
levou a passar no ano anterior, aliás, também ainda neste ano, já que ficou
para a recuperação, e por não ter passado, para uma segunda recuperação, entrou
2014 estudando. Coisas da educação brasileira, clientelismo, descasos, etc. O
mais importante é que Aristóteles passou.
O seu presente de Natal não chegou como desejava. O tão sonhado celular,
moderno e repleto de aplicativos não chegou a tempo de apresentar aos amigos
nas comemorações de final de final, porém, pelos menos, permitiu-lhe apresentar
para sues colegas de classe no início do ano letivo.
O pai de Aristóteles é muito rígido, dizem seus amigos, pois se fosse os
deles, não teriam lhe dado o presente. Isaac, colega mais próximo, diz: “O meu
pai sempre afirma que passar de ano é uma obrigação minha”. Isaac ainda
acrescenta que muito mais que ser aprovado e aprender, imitando a voz de seu
pai, arrancando gargalhadas, mas sem tirar-lhe a razão.
A vida nem sempre premia pelo sucesso, mas, sempre, pune pelo o
insucesso. Um cãozinho responde ao chamado de seu dono ou adestrador, por ter
sido condicionado para isso. Há quem defenda a tese que precisamos ser
estimulados, e que os pais de Aristóteles estão corretos na sua educação, sem
dúvida alguma, mas, será que a busca pelo resultado está totalmente relacionada
à premiação?
Desejamos que os pais de Aristóteles tenham sempre muita saúde e posses, para garantir a sua premiação. Mas, em contrapartida, que Aristóteles aprenda, nem que seja pela vida, que a vida não é fácil, que precisamos lutar muito para conduzi-la com dignidade e que a educação e seu estímulo é o maior troféu a se conquistar.
Desejamos que os pais de Aristóteles tenham sempre muita saúde e posses, para garantir a sua premiação. Mas, em contrapartida, que Aristóteles aprenda, nem que seja pela vida, que a vida não é fácil, que precisamos lutar muito para conduzi-la com dignidade e que a educação e seu estímulo é o maior troféu a se conquistar.
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