Por Carlos Delano Rebouças
Muita gente no
fechamento de cada ano tem por costume fazer uma reflexão sobre quais foram
suas conquistas e fracassos do ano em curso, sobre quais foram seus ganhos e
perdas, e quais as expectativas geradas para um novo ano que se anuncia.
Geralmente
essas avaliações se restringem às diversas conquistas materiais, aquelas que
infelizmente se entende como foco maior da grande maioria das pessoas do mundo
moderno, que impõe há anos a cultura do consumismo, braço forte de sustentação
ideológica do Capitalismo.
Carros e
veículos em geral; móveis e imóveis; eletrônicos; viagens; e até roupas podem
ser vistos como as conquistas mais vislumbradas pela massa humana do planeta,
na sua maioria, desconhecedora dos reais efeitos do consumismo, e da
consolidação do Capitalismo. Para muitos, adquiri-los pela primeira vez ou
migrar para uma situação mais elevada quanto a preço e qualidade, significa dar
um grande salto na vida, daqueles que nem todo mundo consegue dar em toda a sua
vida.
Sei que gosto
não se discute; que felicidade é ser e não estar, e que pode ser representada e
encontrada nas mais diferentes formas, até mesmo nas conquistas matérias; mas,
já me desculpando com quem pensa totalmente desta maneira, que não consigo
acreditar que alguém pode se dizer feliz ou totalmente feliz somente com
aquisição de bens materiais.
Não discordo
que bens conquistados sempre nos causam contentamento, que representam o
resultado dos esforços feitos e de muito trabalho, principalmente quando são
grandiosos e lícitos, e que servem como combustível para seguirmos na luta.
Contudo, são ganhos que podem levar felicidade à nossa alma e coração.
Precisamos
também de conquistas abstratas, aquelas que fazem a diferença nas nossas vidas,
que renovam e reforçam sentimentos, levando-nos a uma evolução espiritual, para
uma nova postura, mais flexível, discernindo sobre valores que o dinheiro pode
não comprar. Também não podemos esquecer conhecimento, instrumento base, ao
lado da sabedoria, para que todas as conquistas sejam realizadas. Ambas
possibilitam-nos a compreensão sobre os reais ganhos e perdas da cada ano
vivido.
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