terça-feira, 23 de dezembro de 2014

SAUDADES DO FUTEBOL QUE ENCANTAVA


SAUDADES DO FUTEBOL QUE ENCANTAVA

Por Carlos Delano Rebouças

Tenho saudades de um futebol cearense onde víamos grandes craques desfilando na passarela verde do velho Presidente Vargas e do gigante Castelão, que perdeu sua essência.

Tenho saudades do tempo que tínhamos três grandes na capital, e que o Ferroviário amedrontava, tinha torcida e conquistava títulos, alegrando seu fanático torcedor.

Tenho saudades do tempo em que as torcidas adversárias saíam juntas, sem violência, com o sorriso estampado no rosto do vencedor, e a certeza, para quem saiu derrotado, que um novo capítulo ia ser contado no próximo encontro.

Saudades também tenho de grandes craques formados nos nossos clubes, como Arthur, Pedro Basílio, Gildo, Da Costa, Jorge Veras, Pacoti, Jardel, Adilton, Yarley, e tantos outros. Também não podemos esquecer daqueles da região, com a palavra Sérgio Alves, Assis Paraíba, Petróleo e Zé Eduardo.

Quanta saudade sinto das festas feitas nos estádios, lotados, divididos, sem ofensas e violência, predominando a paixão e o amor pelo clube.
Saudade da Trovão Alvinegro, que muitos dos seus torcedores chegavam sobre caminhões. Outros, de carros, caronas e ônibus, felizes, a caminho do estádio.

Saudades do chá e café das arquibancadas e geral; da laranja descascada, da meiota vendida nas arquibancadas, e do rolete de cana. Ah! não posso esquecer das rosquinhas e das broas. 

Quanto tempo se passou, não é? Não comprávamos ingressos antecipados, pois tinha lugar para todos. 

Lembro uma vez que eu e meus amigos levamos para a arquibancada do velho PV uma bandeja com um camurupim frito, feito não somente para nós quatro, amigos, mas para todos aqueles que estavam em nossa volta, desconhecidos, mas parceiros alvinegros, apaixonados pelo mesmo time.

Quantas vezes preferi assistir aos jogos no PV encostado ao alambrado, por estar bem perto dos quiosques que nos serviam com suas bebidas e tira-gostos. Depois do jogo, era ali que iniciávamos as nossa resenhas.

Esse tempo já passou, estamos numa nova fase, felizmente para alguns, saudosos, para outros, como eu, que já passou um pouquinho dos 40 anos, mas tenho uma excelente memória para recordar os belos tempos do futebol cearense e sentir saudades.

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