segunda-feira, 1 de setembro de 2014

RACISMO EM PRETO E BRANCO NUMA TV COLORIDA


Autor: Professor Carlos Delano Rebouças

Não foi a primeira vez e nem será a última, infelizmente, que veremos casos de preconceitos no Brasil e em toda parte do mundo. É fato que o preconceito faz parte do ser humano e o racial é tão frequente como tantos outros, mas, parece machucar bem mais suas vítimas.

Hoje a vítima foi um jogador de futebol. Ontem também, e anteontem da mesma forma. Atletas que profissionalmente atuam para fazer a alegria de uns, para a tristeza de outros. Assim é uma disputa entre equipes, que defendem seus interesses, mais o homem não compreende e se aproveita para apresentar o seu cardápio de insanidades. E é porque nos assumimos o país do futebol, com um “rei” negro, que é o Pelé.

Os últimos registros, públicos, e usados apelativamente pela mídia, foram com jogadores de futebol. Mas quantos brasileiros de classes menos favorecidas não são vitimas diárias do preconceito racial? Inúmeros, porém, sem o devido reconhecimento e apoio. São pessoas que até não esquentam mais com isso; vítimas assumidas que perderam ao longo do tempo sua dignidade, diante de uma inferioridade assumida; e indigestamente imposta por uma sociedade hipócrita, a qual se apresenta contra tudo isso, mas que na verdade, prega a desigualdade, desagregando povos e raças, pelas mais variadas maneiras.

Aí vem a mídia sensacionalista se apropriar desses episódios para parecer fraterno com a dor e o sofrimento das vítimas de preconceitos, simplesmente com o propósito de aproveitar de uma situação, que contribuem para a sua manutenção e perpetuação. A mesma mão que bate é a mesma que afaga.

O negro tem menos espaço na TV que os brancos. Eles são bem menos protagonistas em novelas, e muitos deles, sempre em papéis de empregados domésticos, bandidos ou favelados. O rostinho alvo é bem mais presente na apresentação de telejornais. E assim se estende ao social, regional, financeiro, dentre outros.

Na verdade, somos todos preconceituosos e precisamos assumir esse defeito. Aquele que não se diz ser, será que andando numa rua escura, com pouco movimento, vendo um negro, será que sentiria medo de poder ser um bandido no seu caminho, da mesma forma que se avistasse um loiro de olhos azuis? Será que se chegasse a avistar um negro encostado ao seu carro, não pensaria poder se tratar de um bandido, ao contrário de uma pessoa branca?

Reflita sobre isso e reveja seus conceitos. Entenda que na verdade a humanidade é hipócrita e jamais assumirá de fato a sua postura existencial.

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