A GRANDE FAMÍLIA QUE RETRATA E ESTIMULA
A REALIDADE
Por Carlos Delano Rebouças
A
Grande Família da rede Globo, semanal que faz parte da nossa vida há tanto
tempo, retrata uma realidade comum da vida de todos nós, brasileiros comuns,
com os mesmos vícios e costumes.
Lineu
há anos sempre daquele jeito, certinho, correto, incomodando com o seu jeito de
ser. Funcionário público raro nos dias de hoje. Já a Dona Nenê - a mãezona
típica de uma realidade que conhecemos bem - é a típica dona de casa, que visa
sempre zelar pela paz e a harmonia em família. Faz lembrar outra Dona Nenê que
fez e faz parte de minha vida. Saudades, minha sogra!
Lineu
e Nenê são na verdade dois personagens que fazem, ao lado dos filhos e neto, e do
genro Agostinho, além de todos os seus vizinhos de bairro, comparar nossas
vidas, real e fictícia, confundindo-nos, e levando-nos a entender que somos bem
parecidos, aliás, totalmente parecidos em todos os aspectos.
Mas
que figura é esse Agostinho, gente! Alguém tem ou queria ter um cunhado ou
genro destes?
Brigamos
em família e discutimos em sociedade; até ficamos ressentidos, e às vezes
intrigados, faz parte, mas na verdade, são comportamentos típicos da família
brasileira, com todas as qualidades e defeitos possíveis e aceitáveis.
Muito
feliz o idealizador do programa, não acham, em identificar com tanta felicidade
tantos tipos comportamentais de nossa sociedade, fazendo-nos rir de suas
atitudes, que são tão nossas?
Mas
que saudade do ‘Seu Floriano, ou simplesmente, Seu Flor, personagem do grande
Rogério Cardoso. Fez o brasileiro rir tanto de um avô tão diferente de muitos
que existe neste Brasil, sofrido, explorado, abandonado, que só chora e faz
quem tem dignidade, chorar. Quem não gostaria de ter um avô como ele?
Essa
grande família briga muito, desentende-se também, mas não mexa com um deles,
que logo se une. Não admitem que venham desrespeitar um de seus membros, esmo
que seja o Agostinho ou o Tuco, que aparentemente acomodado, é um rapaz ‘gente
boa’, e de um grande coração.
Essa
família Silva é de fato uma ‘grande família’. Acolhe tanta gente no seu
convívio. O Beiçola e o Paulão que digam. Podem dizer que são como parte dela.
Alguém tem alguma dúvida?
Assim
somos nós, também. Brigamos, unimo-nos, choramos e sorrimos, sempre,
rotineiramente, na certeza que se não for assim, não é família. Precisamos
entender e compreender que funciona assim mesmo, independente da intensidade.
Também é necessário que tenhamos sabedoria e domínio de nossas ações, atitudes,
para que não extrapolemos os limites, a fim de que possamos depois, rever,
relembrar as situações vividas, e dar aquela gargalhada.
Vamos
identificar quem é o Lineu, Dona Nenê, Tuco, Bebel, Agostinho, Floriano, Seu
Floriano (avô), Florianinho (neto), Paulão, Beiçola e tantos outros, menos
conhecidos, porém, nem tão menos importantes, nas nossas vidas. Somos uma
grande família, sim, e se olharmos e analisarmos bem, com os mesmos
comportamentos, dignos de um filme ou programa de TV.
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