segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A GRANDE FAMÍLIA QUE RETRATA E ESTIMULA A REALIDADE


A GRANDE FAMÍLIA QUE RETRATA E ESTIMULA A REALIDADE

Por Carlos Delano Rebouças

A Grande Família da rede Globo, semanal que faz parte da nossa vida há tanto tempo, retrata uma realidade comum da vida de todos nós, brasileiros comuns, com os mesmos vícios e costumes.

Lineu há anos sempre daquele jeito, certinho, correto, incomodando com o seu jeito de ser. Funcionário público raro nos dias de hoje. Já a Dona Nenê - a mãezona típica de uma realidade que conhecemos bem - é a típica dona de casa, que visa sempre zelar pela paz e a harmonia em família. Faz lembrar outra Dona Nenê que fez e faz parte de minha vida. Saudades, minha sogra!

Lineu e Nenê são na verdade dois personagens que fazem, ao lado dos filhos e neto, e do genro Agostinho, além de todos os seus vizinhos de bairro, comparar nossas vidas, real e fictícia, confundindo-nos, e levando-nos a entender que somos bem parecidos, aliás, totalmente parecidos em todos os aspectos.

Mas que figura é esse Agostinho, gente! Alguém tem ou queria ter um cunhado ou genro destes?

Brigamos em família e discutimos em sociedade; até ficamos ressentidos, e às vezes intrigados, faz parte, mas na verdade, são comportamentos típicos da família brasileira, com todas as qualidades e defeitos possíveis e aceitáveis. 

Muito feliz o idealizador do programa, não acham, em identificar com tanta felicidade tantos tipos comportamentais de nossa sociedade, fazendo-nos rir de suas atitudes, que são tão nossas?

Mas que saudade do ‘Seu Floriano, ou simplesmente, Seu Flor, personagem do grande Rogério Cardoso. Fez o brasileiro rir tanto de um avô tão diferente de muitos que existe neste Brasil, sofrido, explorado, abandonado, que só chora e faz quem tem dignidade, chorar. Quem não gostaria de ter um avô como ele?

Essa grande família briga muito, desentende-se também, mas não mexa com um deles, que logo se une. Não admitem que venham desrespeitar um de seus membros, esmo que seja o Agostinho ou o Tuco, que aparentemente acomodado, é um rapaz ‘gente boa’, e de um grande coração.

Essa família Silva é de fato uma ‘grande família’. Acolhe tanta gente no seu convívio. O Beiçola e o Paulão que digam. Podem dizer que são como parte dela. Alguém tem alguma dúvida?

Assim somos nós, também. Brigamos, unimo-nos, choramos e sorrimos, sempre, rotineiramente, na certeza que se não for assim, não é família. Precisamos entender e compreender que funciona assim mesmo, independente da intensidade. Também é necessário que tenhamos sabedoria e domínio de nossas ações, atitudes, para que não extrapolemos os limites, a fim de que possamos depois, rever, relembrar as situações vividas, e dar aquela gargalhada.

Vamos identificar quem é o Lineu, Dona Nenê, Tuco, Bebel, Agostinho, Floriano, Seu Floriano (avô), Florianinho (neto), Paulão, Beiçola e tantos outros, menos conhecidos, porém, nem tão menos importantes, nas nossas vidas. Somos uma grande família, sim, e se olharmos e analisarmos bem, com os mesmos comportamentos, dignos de um filme ou programa de TV.




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