Nas duas últimas décadas do século XIX Fortaleza viveu movimentos sociais e culturais marcantes como a Padaria Espiritual e o movimento abolicionista, nas décadas de 1870 e 1880 que culminou na libertação dos escravos no Ceará, em 25 de março de 1884, quatro anos antes de a abolição ser oficialmente decretada em todo o país, em 13 de maio de 1888.
Foi nesse período de efervescência cultural e política que surgiram os famosos cafés na Praça do Ferreira, praça que juntamente com o Passeio Público eram os principais pontos de diversão dos jovens fortalezenses, assim como local de reunião de intelectuais e artistas.
O movimento literário Padaria Espiritual, surgido em 30 de maio de 1892, foi pioneiro na divulgação de ideias modernas na literatura no Brasil. Tinham por influencia grandes nomes da literatura nacional e mundial. A cada domingo, um jornalzinho de oito páginas chamado O Pão era "amassado" e distribuído à população.
Tida por eles próprios como uma agremiação de rapazes e letras, a Padaria nasceu em um famoso quiosque da Praça do Ferreira, o Café Java. Antônio Sales idealizador e o responsável principal pela originalidade da agremiação junto a Lopes Filho, Ulisses Bezerra, Sabino Batista, Álvaro Martins, Temístocles Machado e Tibúrcio De Freitas compunham o grupo dos que frequentavam o Café Java e fundaram a agremiação.
O programa de instalação foi escrito por Antônio Sales o qual foi transcrito em um jornal da então capital federal, o Rio de Janeiro, o que deu notoriedade ao movimento. Seu lema era "alimentar com pão o espírito dos sócios e da população em geral". Os Padeiros fizeram circular 36 números de O Pão, até que em dezembro de 1898, depois de seis anos de atividades, a Padaria fecha.
No
centro da Foto, sentado à esquerda da mesa, o poeta Antônio Sales. Do
outro lado da Mesa, Waldemiro Cavalcante. Em pé, entre os dois, Rodolfo
Teófilo. Á esquerda de Rodolfo Teófilo, o escritor José Nova, e na
estrema esquerda, Papi Júnior.
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