domingo, 1 de junho de 2014

O Sertão vai Virar Mar, Dói no Coração




Quem diria meus amigos, quem poderia imaginar que viveríamos no Brasil uma crise e um possível colapso no abastecimento hídrico?
O nordeste, historicamente, convive com essa dificuldade. Quantas obras literárias retratam essa realidade?
Vidas secas, de Graciliano Ramos, ou O Quinze, de Rachel de Queiroz, por exemplo, permitem-nos mergulhar nessa realidade. Poesias também são inúmeras, tematizando essa triste realidade. Patativa do Assaré, Luciano Maia e Luiz Gonzaga de Moura são poetas que com suas sensibilidades, expuseram todo o sentimento por uma região sofrida, pela falta de chuva, em rima e métrica.
Somos calejados quanto a sofrimento pela falta de água. O povo nordestino aprendeu a lidar com essa realidade, sorrindo, mas sofrendo. Já o povo do sul, como é tratado quem não é do norte-nordeste, nunca conviveu com falta d’água. Não sabe o que é sofrer sem ter água para beber.
São Paulo passa por isso. Seu povo vive um momento difícil ao se deparar com uma realidade jamais imaginada e vivida. Seus reservatórios baixam a cada dia, e resta somente a esperança que as chuvas cheguem e resolva seus problemas. Chuvas estas, em outros tempos, tão presentes na rotina dos paulistanos.
Tem nordestino que diz: “Isso é castigo. Quantas vezes nos humilharam, dizendo que não tínhamos água no nordeste”?
Deixemos essas diferenças de lado. O momento não é para isso.
A verdade é que o mundo tá virado no avesso. Onde não chovia, tem enchentes; onde tinha até neve, a seca castiga. As geleiras se derretem e se desprendem; As florestas se desertificam; e o homem, nem aí.
É amigos, a música do Sá e Guarabira, Sobradinho, quando composta, parece agora profetizar tudo que acontece no Brasil e no mundo.

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