Quem diria meus amigos, quem
poderia imaginar que viveríamos no Brasil uma crise e um possível colapso no
abastecimento hídrico?
O nordeste, historicamente, convive
com essa dificuldade. Quantas obras literárias retratam essa realidade?
Vidas secas, de Graciliano
Ramos, ou O Quinze, de Rachel de Queiroz, por exemplo, permitem-nos mergulhar
nessa realidade. Poesias também são inúmeras, tematizando essa triste
realidade. Patativa do Assaré, Luciano Maia e Luiz Gonzaga de Moura são poetas
que com suas sensibilidades, expuseram todo o sentimento por uma região
sofrida, pela falta de chuva, em rima e métrica.
Somos calejados quanto a sofrimento
pela falta de água. O povo nordestino aprendeu a lidar com essa realidade,
sorrindo, mas sofrendo. Já o povo do sul, como é tratado quem não é do
norte-nordeste, nunca conviveu com falta d’água. Não sabe o que é sofrer sem
ter água para beber.
São Paulo passa por isso.
Seu povo vive um momento difícil ao se deparar com uma realidade jamais
imaginada e vivida. Seus reservatórios baixam a cada dia, e resta somente a
esperança que as chuvas cheguem e resolva seus problemas. Chuvas estas, em
outros tempos, tão presentes na rotina dos paulistanos.
Tem nordestino que diz: “Isso
é castigo. Quantas vezes nos humilharam, dizendo que não tínhamos água no
nordeste”?
Deixemos essas diferenças de
lado. O momento não é para isso.
A verdade é que o mundo tá
virado no avesso. Onde não chovia, tem enchentes; onde tinha até neve, a seca
castiga. As geleiras se derretem e se desprendem; As florestas se desertificam;
e o homem, nem aí.
É amigos, a música do Sá e
Guarabira, Sobradinho, quando composta, parece agora profetizar tudo que
acontece no Brasil e no mundo.
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