Diz
a cultura de diversos povos, entre eles o brasileiro, que tomar um chá ou um
cafezinho nos fins da tarde, como chamariz para reunir amigos e por os assuntos
em dia, é tradição e ninguém pode negar.
Nas
obras literárias, principalmente nos romances urbanos, como nas obras de
Machado de Assis, ou novelas de época, sempre observamos, ou entre linhas ou em
diversas cenas, personagens e atores contracenando situações prazerosas, que
nos dias de hoje, na realidade, não se faz mais, graças às redes sociais.
Uma
vez, quando fomos passar um final de semana no interior, para rever parentes e
amigos, ouvimos de uma senhora: “Que bom que vocês vieram. Já tenho com quem
conversar no fim de tarde”.
Ao
pergunta-la o porquê de tanto alívio, respondeu: “Esse povo daqui de casa não
conversa mais. Ficam todos na Internet sem dar um “pio”, só postando e vendo as
postagens dos outros”.
Foi
assim que compreendemos as razões que levam esta senhora a dormir tão cedo,
pois sem ninguém para conversar e para tomar o seu chazinho, prefere se
recolher ao seu casulo e descansar em paz, sozinha, sem ninguém para prosear.
As
pessoas estão perdendo absolutamente o prazer de se relacionar com outras
pessoas, de conversar, de divertir-se com as histórias contadas, de trocar
experiências e de aprender com a convivência. Preferem o mundo virtual ao real
e não conseguem mais perceber os exageros, e sequer buscam mudar e resgatar
antigos hábitos tão saudáveis e salutares. Essa é a realidade do mundo moderno,
que cada vez mais destrói as relações.
Que
pena que não a visitamos com tanta frequência, para podermos sentar à sua
calçada e prosear até o anoitecer. Que bom que os nossos celulares perdem
totalmente o sinal de Internet quando chegamos à sua cidade.
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