terça-feira, 17 de janeiro de 2017

ENQUANTO A CRISE PASSA


por Carlos Delano Rebouças

Embora se trate de um discurso concebido pelo brasileiro desde sempre, assim entendo por crescer vendo nas palavras de meu pai e das pessoas que convivi ao longo de minha vida que nada nuca foi fácil em nosso país.

Nessa condição, passam-se os anos e seguimos com as nossas vidas, à nossa maneira, fazendo escolhas certas; outras, erradas e reprováveis, como também, duvidosas quanto à avaliação de seus resultados. Contudo, vamos vivendo, lutando a cada dia, a todo instante, pela nossa sobrevivência.

Sobreviver neste mundo é muito mais que lutar por recursos básicos para a vida humana – alimentação, saúde, bem-estar, segurança – que significam garantias de vida para qualquer ser. É batalhar pela sobrevivência por meio da ratificação de condições que possam garantir, minimamente, esses recursos, e garantir, pela estrada em que pretendemos caminhar, também condições para que possam significar sustentabilidade.

Essas condições se chamam empregabilidade. Fator primordial de sustentação no mundo pelo mercado de trabalho, responsável por garantir a nossa imagem e a nossa condição de gerar resultados. Recurso que, em meio às crises que insistem em se manter no país, e bem mais na mente de seu povo, parece ineficaz quando se possui, e desvalorizado em muitos casos, tanto por quem o detém como por muitos que não possuem competência de reconhecer o seu verdadeiro valor.

Diante dessa compreensão de empregabilidade e sua ineficácia em tempos de crise, aqueles mais pessimistas não demoram a armar e a se deitar na rede da acomodação, à espera angustiante de que não demore a passar, certos de esforço algum modificará o cenário e sua condição de preterido no mercado. Pena que atitudes como essa inviabilizam enxergar o momento certo de se tomar decisões, ou seja, de desarmar essa rede, sacudir a poeira e correr para a luta.

Outros já se posicionam de maneira diferente, isto é, sem fechar os olhos para a realidade, mas assumindo uma postura bem mais otimista, nem pensam em sossegar a espera da crise passar. Continuam ininterruptamente o seu processo de qualificação e requalificação profissional, de investimento em novos conhecimentos e habilidades, atendendo exigências e necessidades de um mercado que parece mais criterioso nas suas escolhas, na certeza de que estão prontos sempre para serem reabsorvidos pelo mercado.

Isso se chama zelar pela sua empregabilidade, sem esperar que tempos bons cheguem. É saber que qualquer oportunidade que surja, estará apto a agarrá-la. É sempre pensar positivamente e enxergar como meta principal a sua imagem de profissional, mesmo que o mercado pareça possuir uma miopia inexplicável. 

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