por Carlos Delano Rebouças
Um dia caminhando pela
estrada do destino, aquela que assim batizamos quando estamos desesperançosos,
despretensiosamente, no auge das minhas desilusões, sobraram-me momentos de uma
reflexão sobre tudo que já foi percorrido, diante de sua paisagem paradoxal,
cujas cores e brilho parecem perdidos no caminho.
Na sua estrada, a caminhada
é longa e bastante cansativa. Em muitas de suas etapas, pareceu-me valer a
pena. Em outras, deu vontade de desistir, mesmo sabendo que não teria um
retorno a fazer. Nela, sentimo-nos impulsionados a ver, a chegar sempre
adiante, levados, às vezes, na carona da crença de que ela acontece
naturalmente.
“Naturalmente que nada!”
Assim dizem muitos que asseguram jamais ter posto seus pés na estrada do
destino e que minhas convicções são equivocadas, que preciso repensar as minhas
crenças. Contudo, há aqueles que defendem a sua existência, assegurando com
todas as letras que começamos a percorrê-la no abrir dos olhos para um mundo
que nos recebe de braços abertos.
O mundo pode parecer para
muitos uma grande roleta, e nós, bolinhas que nela giram em busca da sorte,
sabendo que o azar nos acompanha de perto, na torcida para que o sorriso não se
estampe nosso rosto de felicidade. Para muitos, também, já nascemos com a nossa
história determinada para um fim, mesmo que não acreditem que seria tão breve,
em muitos casos, mal saída do prefácio.
São os encontros e desencontros
da estrada do destino – aquela na qual depositamos a culpa de sucessos e
insucessos; felicidades e infelicidades; tristeza e alegrias – mas que também
podem nos servir de alento, pelos menos, para justificar o injustificável de um
difícil momento, em que Deus parece pedir paciência a ele mesmo para ser
compreendido.
Acreditar na sua existência,
não é bem o propósito desse escrito. Na verdade, que sirva somente para uma
reflexão sobre a nossa existência, nossas crenças e nossas opiniões. Contudo,
acreditando ou não, de uma coisa não temos dúvida: Caminhamos.
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