Por
Carlos Delano Rebouças
A
visão romântica da vida, na sua subjetividade, dentre várias características,
entende que a definição de beleza depende do ponto de vista de cada um de nós,
e que o belo depende dos olhos de quem o vê.
Shakespeare
e sua obra Romeu e Julieta, ressalta o amor acima de qualquer coisa.
Representação de um sentimento puro e verdadeiro, que embora não queiramos
imaginar, a estética fica em segundo plano e não nos permite aceitar que podem
não ser tão belos e maravilhosos quanto acreditamos.
E
assim somos nós, na nossa realidade – amamos o feio, parecendo-nos bonitos – e
sequer percebemos o quanto somos românticos nas nossas atitudes e sentimentos.
As
relações nascem por acaso e por interesse, infelizmente, sem demora nas suas
descobertas. Quando acontecem, caímos numa realidade que o tempo se encarrega
de determinar o tempo de existência. Nenhuma “embalagem” consegue defender a
qualidade de um produto por muito tempo, sem que seja descoberta a tempo de
desfazer um encanto ou uma precipitação.
Estamos
cada vez mais induzidos aos cuidados com o corpo, na busca por uma perfeição,
de uma estética, que definem beleza, mas nem sempre caráter. É uma condição que
parece cegar tantos, que leva a definir sem mesmo saber significados, e a
desvalorizar, parecendo injusto e preconceituoso, num mundo em que um dia, que
possuía uma gordurinhas a mais era sinônimo de riqueza.
Ainda
encontramos o “contraditório” nas relações modernas, ou seja, alguém que
apresenta o perfil de beleza moderna numa relação com o “feio” aos olhos do
novo padrão de beleza que toma conta do mundo. Inevitavelmente as atenções se
voltam a elas, com questionamentos mentalizados ou materializados do tipo: Como
uma pessoa tão linda daquela namora alguém tão feio?
Que
pena! A humanidade ainda precisa muito evoluir em todos os aspectos, inclusive,
na sua concepção da definição de beleza. Parece que custará a entender que a
visão romântica sobre o belo permite descobertas que podem ir além de um corpo
sarado e músculos definidos.
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