terça-feira, 9 de agosto de 2016

PROCURA-SE UM ÍDOLO



Por Carlos Delano Rebouças

Há muito tempo o brasileiro não conta com um ídolo para chamar de seu. E lá se vão 22 anos da morte de Ayrton Senna.

No esporte, antes dele, tivemos o Pelé, mas infelizmente queremos aquele que esteja em atividade, pois, aposentados, não têm reconhecimento de um povo que memória e gratidão não são seus fortes.

Gustavo Kuerten, ou simplesmente, Guga, até que tentaram criar a sua imagem de ídolo. Pena que no país que valoriza bem mais futebol nas redes a evitar bater nelas, Guga, mesmo com tantas conquistas expressivas e tendo passado diversas semanas no top do ranking do tênis mundial, já cai no esquecimento do brasileiro com sua aposentadoria.

Até que tentaram formatar um ídolo brasileiro. Assim foi com Rubinho Barrichello no automobilismo; Ronaldos do futebol; Oscar, Marta e Hortência no basquete; Wanderley Cordeiro no atletismo; Maguila no boxe; Anderson Silva no MMA; e tantos outros que não me recordo nomear neste instante. Inúmeros que a mídia brasileira, especialmente a Rede Globo busca para inspirar os gritos do Galvão Bueno.

A nossa carência é tão grande que até já tratam o Juiz Sergio Moro como um super-herói. Mas seria de que ou para quem? Para um povo sofrido, carente, influenciável e incapaz de reconhecer valores? Ah! Lembrei-me do Neymar.

Pobre do nosso futebol que, depois daquele vexame da Copa do Mundo no Brasil, da humilhação sofrida pela Alemanha, tenta se erguer sem parecer ter forças e jogadores que possam honrá-lo, imaginem permitir se constituir a imagem de um ídolo, que infelizmente não se configura, por diversos fatores, na imagem do atleta Neymar. Precisa evoluir muito como atleta e ser humano, inclusive, para fazer valer o título de astro e capitão da equipe.

E o que nos resta? Apostar na Marta da seleção feminina de futebol? Alguém do hipismo, da esgrima, do tiro? Ou em todos aqueles que conseguirem conquistar uma medalha sequer nas Olimpíadas do Rio de Janeiro?

Pobre também do Galvão Bueno, que sofre pela falta de um ídolo para chamar de seu!

Que continuemos a procura incessante do nosso ídolo, aquele que possa nos honrar dignamente e que conquiste esse status naturalmente, sem esforço algum de uma mídia carente de uma imagem forte que possa explorar até que surja outro em tempos de vacas magras.

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