Na minha infância, convivi com emblemáticos
personagens de tantos filmes, que trataram de mexer com o nosso imaginário, de
aventura, ação, fazendo-nos acreditar que realmente seria daquela forma.
Programas como Sessão Western, por exemplo, nos
anos 80, foi um deles, ao lado de tantos outros e de tantos personagens, como o
cão Rim tim tim, Zorro, Django... Filmes de produção norte-americana com
grandes atores, representando grandes personagens também são lembrados, como,
John Wayne, Clint Eastwood, Paul Newman e Robert Redford, que jamais serão
esquecidos.
Afora os filmes de faroeste, os famosos ‘Desejo
de Matar’, com Charles Bronson, protagonista maior, também pode ser enquadrado
na imensa lista de filmes que retrata não só a violência, mas o desejo de se
fazer justiça, muitas vezes pelas próprias mãos. Realidade também muito comum
no Brasil, em diversos aspectos.
Hoje, logo cedo, antes de sair para o trabalho,
vi uma manchete num telejornal da TV brasileira, dizendo: “Quem informar à
polícia sobre pistas que levem à elucidação de determinados crimes será
premiado em dinheiro”.
Amigos, isso me fez lembrar os filmes de
Faroeste, estes mesmos, citados, que assistia quando criança, nos quais os
Xerifes pregavam as fotos dos bandidos nos quatro cantos da cidade, e
estipulava a devida premiação.
Hoje está funcionando praticamente da mesma
forma, mas com uma diferença: Conta-se com o auxílio da tecnologia para precisar
detalhes do procurado, que antes, no saudoso faroeste, simplesmente produzido a
mão, diante da descrição dada pelas pessoas.
Mas, diante desta realidade, duas perguntas me
vêm à cabeça, e, faço-a, aos meus botões, por questão de segurança:
‘Será ou não falta de cidadania ter que
contribuir com a justiça, delatando um criminoso, somente se houver uma
premiação? ‘Será que a adoção desse procedimento por parte de quem faz a
justiça e a segurança pública representa fragilidade e incompetência administrativa?’
Sei que alguém pode responder que essa é uma
prática de outros países no mundo, como os Estados Unidos, Inglaterra, dentre
outras “grandes potências”, entretanto, não me convence, pois, custa-me a
acreditar que em pleno século XXI, a humanidade precisa ser comprada pela
justiça para fazer justiça.
No Faroeste, víamos duelos acertados por
homens, olho no olho. Hoje se marca pelas redes sociais, mas em grupo. Também
no faroeste, acontecia em locais esvaziados, quase sempre sem testemunhas.
Hoje, em meio à sociedade, em praças, ruas e avenidas, movimentadas, onde quase
sempre quem morre, não tem nada a ver com a história. Este é o nosso faroeste.
Pelo que parece, logo estaremos curtindo a
música "The Good, The Bad And The Ugly" de Ennio Morriconi, em vez de
“Beijinho No Ombro, da Valeska Popozuda.
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