por
Carlos Delano Rebouças
Existe uma confusão grande no entendimento entre ser educado e instruído no Brasil, aliás, pelo brasileiro, que remete em diversas discussões, na busca pela sua compreensão. Muitos na verdade não conseguem discernir sobre o que ser educado, instruído ou as duas situações juntas, ao mesmo tempo.
Para o brasileiro, existe uma falsa compreensão de
quem possui uma formação superior é digno de ser visto como educado. Definição
esta presa a costumes antigos, que sustentam até hoje argumentos como: “É uma
pessoa fina e educada, pois tem curso superior”.
Mas na prática não é bem assim, diante de exemplos
diversos de pessoas de alto nível de instrução, e que demonstram uma grande
falta de educação no trato com as pessoas no dia a dia. Faz entender que de
fato existe um abismo imenso entre as duas condições humanas.
E o que nos condiciona a discernir corretamente as
duas condições? E o que nos faz entender de fato ser instruído? Será que o ser
instruído pode ser confundido com o sábio e sensato, e assim se tornar também
educado?
Para a sociedade, ser instruído e possuir formação
escolar, acadêmica, daquelas que somente são adquiridas por quem estuda e se
condiciona a conquistar um diploma de conclusão. Este é o instruído, porém,
pode não ser o educado.
O educado é aquele que reúne conhecimentos que
podem ser certificados por escola, mas também, conhecimentos básicos da vida,
adquiridos em família e em sociedade. Um misto de conhecimento, sabedoria, bom
senso, empatia, e outros valores humanos, do tipo que não se compra como um
diploma escolar. Falo comprar um diploma, por acreditar que para tudo tem um
preço, exceto, a educação de berço.
Já o “instruído” e o “educado”, estes seres “ímpares”,
para muitos, conseguem ser nutridos de conhecimentos certificados, com uma
sabedoria imensa para lidar com pessoas e com o mundo, aquém de seu perfil de
conhecimento, e com uma humildade tamanha, que não o permite em momento algum
enxergar-se em outro nível dos demais. Acreditam está nivelado, na certeza de que ninguém é dono da verdade, detentor
exclusivo do conhecimento, e melhor que ninguém. Acredita que todos contribuem,
à sua maneira, e com seus conhecimentos para um mundo melhor.
Entender estas diferenças parece difícil, mas olhando fria e cautelosamente,
não. Bastamos deixar as vaidades de lado, preconceitos para trás, sepultados em
absoluto, e extrair das pessoas o que elas têm de melhor, somente isso, e só
assim saberemos lidar com as diferenças.
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