Analisem estas duas frases:
"Nós Vimos a sua apresentação" e "Nós vimos a sua apresentação"
Rapidamente, podem parecer a mesma frase e com o mesmo sentido, não acham?
Não verdade, ambas as frases, contextualizadas, ajudariam bem mais a compreender que têm sentidos opostos, pois seus verbos são diferentes, bem como o tempo verbal em que estão flexionados. Ou seja, enquanto um deles é o verbo VER, o outro é o verbo VIR. E nessas construções o conhecimento da crase é também fundamental para eliminar qualquer dúvida quanto ao entendimento. Vejamos:
Em "Nós VIMOS a sua apresentação" o verbo é o VIR (presente do indicativo), e "a sua apresentação" é um adjunto adverbial de lugar. A regência do verbo pede a preposição "a", contudo, a regra da crase, no caso, diz que esse "a" pode ou não receber o acento grave porque na sequência vem uma pronome possessivo ( é facultativo diate dele).
"Nós vimos (a = preposição) ou à (a + a) sua apresentação".
Na outra frase, aparentemente semelhante, o verbo em vez de ser o VIR é o verbo VER (pretérito perfeito). Portanto, trata-se de uma situação do passado em que o verbo é transitivo direto não pede o auxílio da preposição para ser complementado pelo objeto direto.
"Nós VIMOS a (artigo) sua apresentação".
Portanto, trata-se de uma situação delicada que requer conhecimento sobre verbo, regência verbal e crase. Aconselho aos amigos que, no caso de uso facultativo da crase, prefira aplicar a crase. Feito isso, evitaria essa dúvida e uma possível ambiguidade.
Outra forma de evitar as ambiguidades, ainda que prefira não pôr a crase em casos facultativos, a melhor construção do texto é o caminho mais sensato, pois o torna mais coerente por meio do uso de recursos coesivos.
Imagine se fosse assim:
" Nós vimos a (à) sua apresentação, poder ter certeza" (verbo vir)
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