Autor: Carlos Delano Rebouças
O
ato de descartar e seus efeitos na vida, para muitos, pode significar uma
situação muito desgastante, dolorosa, quando feita sem os devidos cuidados,
quando acontece sem uma preparação que possa minimizar os sofrimentos.
Aquela
história de contar que o gato morreu, começando com sua subida no telhado, pode
parecer exagerada, de enredo muito longo, mas que na verdade, permite se
preparar bem o receptor da mensagem, o mais interessado em questão, a absorver
melhor a notícia a ser dada. Porém, nem
sempre se aplica esse expediente.
Assim
acontece quando se dá uma notícia de acidentes, de morte, de prejuízos e de
perda de emprego. Também, pelos menos sensíveis, no encerramento de
relacionamentos amorosos, sem a mínima preocupação com a dor do outro.
Essa
falta de sensibilidade ao se dar uma notícia é muito comum, mesmo entre as
pessoas, sobretudo, naqueles que demonstram ter uma percepção menos aguçada
sobre os sentimentos alheios. Aqueles que encaram sempre, principalmente o
posicionamento e os interesses alheios, com certo teor frieza, sem demonstrar
nenhuma solidariedade com um possível sofrimento que venha a passar, numa
sutileza comparável a de um elefante.
Há
quem diga que não podemos por a emoção à frente de determinadas atitudes
tomadas, e ainda mais, que, principalmente, no âmbito administrativo, que não
somente envolve a vida profissional, como também, a pessoal e afetiva, deve-se
prevalecer a razão, doa a quem doer.
Sei
lá, amigos, mas custa-me a pensar assim; custa-me a acreditar que é a maneira
correta e ponderada de conduzir nossas ações e tomar determinadas atitudes,
principalmente quando redundam em sofrimentos de envolvidos.
Sabemos
que quase todo um fim, toda quebra de relacionamento, de parceria, quando não
acontece sob um consenso, ou seja, unilateralmente, sempre tem uma parte que
sofre mais, que se sente mais prejudicada ou mesmo, rejeitada ou descartada.
Ninguém gosta de ser preterido, mas precisamos ter bom senso e sabedoria para encarar
essa possibilidade, com a certeza que pode ser anunciada de uma maneira não tão
agradável, até mesmo, porque nem todos que se encarregam de dar esses tipos de
notícias, detêm condições para isso.
Determinar
um fim de um ciclo, mediante uma informação dada ou repassada, requer muito
equilíbrio emocional, sabedoria, confiança, respeito e admiração, sobretudo,
quando, do outro lado, existe um receptor que acredita que jamais existiria uma
possibilidade de fim, ou até mesmo, falta de bom senso de reconhecer o que fez
ou contribuiu para receber o “cartão azul”.
Independentemente
se sabemos ou não receber a notícia que não queríamos ouvir, ou se não
apresentamos condições emocionais para encará-las, cabe ao emissor da mensagem,
àquele que foi dada a incumbência de anunciar o que não se desejava ter mais
sutileza em fazê-la, pondo-se no lugar de quem vai receber, sem causar
sofrimentos, ou pelo menos, minimizando-os, e bem longe de parecer um elefante.
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