Por Professor
Carlos Delano Rebouças
Não
tem como não se preocupar, obviamente os mais sensatos, com os rumos da nossa
humanidade, diante de tudo que estamos testemunhando no mundo. E vejam que não
se trata de questões novas, aliás, muito mais preocupantes neste novo século
que acabara de nascer.
Seja
através dos livros que documentam a história da humanidade, seja através de
filmes, ou relatos de historiadores, conseguimos ter uma noção que pode se
aproximar da realidade vivida pela humanidade nas mais diferentes épocas e
regiões do planeta. Temos acesso a registros e documentos importantes que nos
permitem conhecer, entender e até compreender como a raça humana vem se
postando no mundo ao longo de milhares de anos.
Crescemos
sabendo que o homem precisou se esforçar para se estabelecer na terra. Dura
concorrência estabelecida, inicialmente, contra os brutos e a natureza, que
precisa ser desbravada com inteligência. Mas, com o passar do tempo, não foi
bem dessa forma.
O homem
passou a se autodestruir, ou seja, a confrontar-se entre si, depois que
entendeu que necessitava de uma socialização. Passou a desenvolver interesses,
e dentre esses interesses, a vontade prevaleceu em relação às necessidades. Não
demorou muito para o homem desenvolver habilidades e técnicas destrutivas, em
massa, para impor, à força, sua ambição, dando o pontapé inicial de destruição
do planeta.
A
humanidade começou a ser destruída em massa. Iniciou-se o chamado genocídio.
Cidades e países tornaram-se alvos de conquistas, e muitos povos foram
dizimados. Gregos, Egípcios, Romanos, dentre tantos outros poderosos povos
mostraram toda a sua ambição destrutiva, que serviu e serve de estímulo para
tantos outros povos mais novos, porém, nem menos ambiciosos e poderosos. A felicidade de muitos foi construída com a
infelicidade de muitos outros, com muito derramamento de sangue e doenças
proliferadas.
Independentemente
da época, a mentalidade humana continua a mesma, e quando o comportamento
destrutivo não se revela em guerras entre nações, como as tantas também vividas
nos últimos 100 anos, guerras muito mais destrutivas matam muito mais, e acontecem
sempre, em toda a parte do planeta.
Especialmente no terceiro mundo, consequência,
principalmente, de uma má distribuição de renda, pobreza, falta de
investimentos na educação, insegurança e corrupção, acompanhamos e somos
partícipes das verdadeiras e sangrentas guerras urbanas, que matam milhares e
milhares de pessoas, na maioria, jovens, e, acreditem amigos, principalmente
nas grandes metrópoles. Essas são batalhas desiguais que fazem parte da rotina
do planeta.
Para
se tornar um alvo, um protagonista desta tragédia humana, não necessariamente
precisa ser um marginalizado na sociedade. A vítima hoje não precisa ter cor,
raça, dinheiro e posição social. Estamos todos na berlinda, absolutamente, e,
mesmo que tenhamos uma mente mais aberta para a reflexão sobre os rumos da
humanidade ou em relação ao comportamento que achamos que deveria ter, ainda
seremos vítimas, quem sabe, de um sistema criado e imposto por nós mesmos, que
não se esforça muito para erradicar os salutares valores humanos.
Mas
não podemos aceitar esta luta como perdida; que a humanidade caminha para o seu
fim trágico. Há quem, no auge do seu conformismo, que argumenta que o mundo sempre
foi assim e assim será, porém, em contrapartida, também há quem acredite que
possa resgatar seus verdadeiros valores, renascer das cinzas como uma fênix, e
honrar tudo que nos foi permitido. O homem precisa mostrar a si mesmo que sua
inteligência não foi dada, irresponsavelmente, como as suas contraditórias
atitudes.
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