Por Carlos Delano
Rebouças
Já
se tornou rotina, as vezes que assistimos na TV ou vimos na Internet, que é
mais comum, vídeos que mostram a reação do brasileiro em relação àquilo que
insistentemente o faz acreditar que já está fora de controle, que são as
injustiças praticadas. O brasileiro já se encontra num estado de intolerância,
que já não mais hesita em reagir pela força, da emoção, sem ao menos averiguar
se é cabível sua atitude. Somente reage.
Hoje
foi um dia desses, em que vi como limites não mais existem para o homem, que se
diz cidadão. Foi uma demonstração de toda uma indignação com as atrocidades
praticadas pelo homem em sociedade, que só faz crescer, diante de um sistema
judiciário falho e complacente, e de leis fracas, que favorecem somente às
câmeras sensacionalistas de parte da imprensa brasileira, que mostra por longos
minutos a reação violenta de moradores de comunidades contra jovens acusados de
crimes.
Foi
na verdade um verdadeiro ato de espancamento e tortura, e uma apologia à
violência, feitas por pessoas que se dizem civilizadas.
Não
quero parecer falso moralista, nem mesmo defensor de bandidos, até mesmo por
acreditar que determinadas reações não resolvem nada, muito pelo contrário, causa
na verdade é mais revolta e retaliações. Quero deixar claro que são atitudes
que chocam e que devemos, sim, colocarmo-nos como cidadãos e cobramos atitudes de
que deve ter, antes que a sociedade dos homens seja aniquilada.
Também quero explicitar toda a minha tristeza em ver, mesmo que sejam pelas imagens de TV ou mídias sociais, os mais variados atos de selvageria. Sabemos, obviamente, que os bandidos não poupam ninguém, principalmente cidadãos, e que sob a força da emoção, somos capazes, sim, de tais reações, mas precisamos entender que não são sensatas em pleno século XXI.
Mas
como podemos ser sensatos, coerentes com nossas atitudes, quando os gestores
públicos e mentores das leis deste país agem irresponsavelmente, na contramão da
compreensão, da dignidade, onde somente revolta e induz a grande massa a adotar
atitudes na maioria impensadas?
Pois
é, amigos, estamos cada vez mais intolerantes, vendo o nosso "pacientômetro" chegar a seu limite, num país onde não se tem mais limites para nos testar.
E
o que pode nos restar, se a paciência já se esgotou e se não temos mais a quem recorrer,
entre os homens, suas leis, e suas vontades?
Resta-nos,
somente, pedir a Deus que aja com sua sabedoria, com sua autoridade e seu
poder, mesmo que seja contra a vontade de muitos, porém, que venha a resguardar
a paz de poucos, que ainda acreditam que esse mundo possa se transformar e
voltar a ser um bom lugar para se viver.
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