segunda-feira, 27 de julho de 2015

BRINCANDO DE FAZER EDUCAÇÃO

Por Carlos Delano Rebouças

Às vezes vejo que a forma como se brincam com a educação do Brasil, sem valorizá-la como deveria, torna-se uma via de mão dupla, em seus resultados.

Atualmente, com o número crescente de escolas de formação superior, privadas, aumenta as possibilidades de ingresso no ensino superior. Isso é muito bom, sem dúvidas alguma.

Porém, seus critérios de acesso, em geral, onde não valorizam muito os conhecimentos adquiridos no ensino básico, permite que candidatos não tão preparados tenham acesso, e chegando aos bancos das faculdades, encontram dificuldades de aprendizagem, e quando não, dá-se por conta da fragilidade do ensino praticado, onde muitas delas demonstram uma total despreocupação com a formação, prevalecendo muito mais a capacidade de horar com o pagamento de matrículas e mensalidades.

Essa postura, das escolas formadoras, muitas vezes resulta numa desvalorização do profissional de educação, que acaba exercendo seu ofício sem muito zelo, empurrando com a barriga, diante também de uma remuneração não compatível. Ou seja, brincam de estudar e de formar, que eu brinco de dar aula.

Detalhe: Muitos dos profissionais de educação que atuam como professores universitários apresentam um excelente currículo, com mestrados e doutorados, e até pós-doutorados, mas, enfim, parecem entender que tudo funciona sem o compromisso devido. Não podem tirar leite de pedra.

Assim, sabendo de tudo isso, muito jovens estudantes abdicam de um esforço maior em busca de conhecimentos no ensino básico, por saber que tendo condições de pagar uma faculdade ou conseguindo algum tipo de crédito educativo, terá acesso ao ensino superior e ao tão necessitado diploma.

Pena que no Brasil a educação é vista desta forma e que o espaço no mercado, em muitos casos, é preenchido não por competentes, mas sim, por bem influentes, que contam com boas indicações.


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