Por Carlos Delano Rebouças
Às vezes vejo que a forma como se brincam com a
educação do Brasil, sem valorizá-la como deveria, torna-se uma via de mão dupla,
em seus resultados.
Atualmente, com o número crescente de escolas de
formação superior, privadas, aumenta as possibilidades de ingresso no ensino
superior. Isso é muito bom, sem dúvidas alguma.
Porém, seus critérios de acesso, em geral, onde não
valorizam muito os conhecimentos adquiridos no ensino básico, permite que
candidatos não tão preparados tenham acesso, e chegando aos bancos das
faculdades, encontram dificuldades de aprendizagem, e quando não, dá-se por
conta da fragilidade do ensino praticado, onde muitas delas demonstram uma
total despreocupação com a formação, prevalecendo muito mais a capacidade de
horar com o pagamento de matrículas e mensalidades.
Essa postura, das escolas formadoras, muitas vezes
resulta numa desvalorização do profissional de educação, que acaba exercendo
seu ofício sem muito zelo, empurrando com a barriga, diante também de uma
remuneração não compatível. Ou seja, brincam de estudar e de formar, que eu
brinco de dar aula.
Detalhe: Muitos dos profissionais de educação que
atuam como professores universitários apresentam um excelente currículo, com
mestrados e doutorados, e até pós-doutorados, mas, enfim, parecem entender que
tudo funciona sem o compromisso devido. Não podem tirar leite de pedra.
Assim, sabendo de tudo isso, muito jovens
estudantes abdicam de um esforço maior em busca de conhecimentos no ensino
básico, por saber que tendo condições de pagar uma faculdade ou conseguindo
algum tipo de crédito educativo, terá acesso ao ensino superior e ao tão necessitado
diploma.
Pena que no Brasil a educação é vista desta forma e
que o espaço no mercado, em muitos casos, é preenchido não por competentes, mas
sim, por bem influentes, que contam com boas indicações.
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