Por
Carlos Delano Rebouças
Enquanto almoçava em um
restaurante, refletia sobre aquele refrigerante gelado, gostoso e tão apreciado
num dia de calor, que dividia aquele momento comigo, único e solitário.
Aquela bebida parecia ser
descoberta. Sabia o que tomava, já que habitualmente, fazia nas minhas
refeições diárias no meu intervalo de almoço.
Uma lata metálica, sem
transparências, é claro, protege-a, e sua descoberta, somente com o consumo, e
pelo paladar, ou pelos olhos, também, quando com o uso de um copo, ao
derramá-la. Confiamos tanto nela há anos! Nunca me decepcionou, causando-me um
mal estar ou trazendo-me uma doença qualquer. Ela é altamente confiável, mesmo
sem saber o que existe dentro de sua embalagem.
Assim são as pessoas, como
uma bebida enlatada. Escondemo-nos num
cenário, que às vezes não significa uma verdade suficiente para passar
segurança. Pessoas bonitas, bem vestidas, de uma boa conversa, simpatia, ou seja,
com todos os atributos para lhe conquistar, e vai conquistar.
Como a bebida, vamos fundo
numa relação com uma pessoa destas, e depois, surgem as surpresas. Quantas
pessoas descobrem que foram infectadas por doenças sexualmente transmissíveis,
e não acreditam que aquela pessoa, foi a transmissora.
Como a marca do
refrigerante, que consumo há anos, e que tanto confio, aquela pessoa, que me
passou confiança, pela aparência, traiu-me. Parece que não dar mesmo para
confiar nas aparências, não é?
A abertura na extremidade da
lata é muito pequena para enxergar e avaliar se tem algo que possa representar
perigo dentro dela. Pode está misturada ao líquido, contaminando-o, que ao olho
nu, impossibilita qualquer avaliação. Estamos mesmo vulneráveis, sempre.
Mas com as pessoas, podemos
sim ser enganados, ou nos enganar. Porém, a nossa percepção, cautela, sabedoria
e inteligência podem ser armas suficientes para driblar riscos escondidos num
belo rostinho. Uma pessoa não é uma bebida enlatada, mas pode representar
grandes perigos.
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