sexta-feira, 27 de março de 2015

ATÉ PARECE QUE O MUNDO DIGITAL SE RESUME À S REDES SOCIAIS



Por Carlos Delano Rebouças

Confesso que já não mais me espanto com os resultados tidos por estudantes e profissionais quando postos à prova seus conhecimentos. Assim foi, com os estudantes, por exemplo, no último ENEM realizado; assim é com o desempenho profissional de uma massa esmagadora que ocupa espaços no mercado de trabalho.

Diversas são as justificativas apresentadas, que vão, desde ao baixo nível de conhecimento dos estudantes, até, ao nível de dedicação e envolvimento do profissional no exercício de sua atividade, principalmente quando este, necessita de conhecimentos básicos para o ofício e não os têm, e ainda se incorpora a desvios de atenção, perda de foco, ante a predileção de outros interesses, especialmente aqueles oferecidos pelo mundo digital.

Para muitos, que antes se resumia ao público jovem, e que passou a ser também do público adulto e até mais experimentado, a Internet é um dos maiores responsáveis por tornar o povo brasileiro, que se diz incluso no mundo digital, um povo que cada vez mais se torna menos inteligente, informado e fortalecido no mercado. Não porque a Internet é destrutiva, mas sim, porque o seu suo incorreto, diante de uma falta absoluta de orientação para o seu melhor aproveitamento, redunda na defesa desta tese.

Hoje ninguém se interessa mais em dominar as ferramentas do Office, ou seja, tem-se uma verdadeira aversão a uma planilha eletrônica; à ferramenta de produção de textos; nem mesmo com o recurso de criação de slides, para apresentação; muito menos com as outras ferramentas menos populares, mas com o mesmo grau de importância. Na verdade, nada desperta mais interesse atualmente do que as redes sócias, estas mesmas, que já fazem parte do mundo real, indiscutivelmente, com sua devida importância, mas que em excesso, influencia negativamente na aprendizagem de estudantes e no rendimento diário de muitos profissionais.

Entregar um papel e uma caneta, ou um teclado com um monitor, para alguém escrever, produzir um texto qualquer, mais parece o mesmo que desejar que se faça algo muito ruim e indesejado, que represente um momento de absoluta angústia. Mas isso acontece porque não existe preparo, prática e identificação com a atividade, diante de um contínuo distanciamento de processos de aprendizagem. O estudante, que não demora muito para se tornar um profissional de mercado, somente muda de posição, mas mantém a postura desinteressada, contando como aliado, o abandono por parte dos orientadores, que assumem perder a luta para as redes sociais.

Daí, não demora a surgir os fracassos – perda de espaço para quem soube organizar os seus interesses, sem abdicar de nenhum existente – restando somente encontrar justificativa, nada convincentes, e sem em momento algum pensar numa mudança, para reverter a situação.

Porém, enquanto alguns insistem em acreditar que o mundo digital se resume exclusivamente às redes sócias, outros, poucos, que não se renderam a esta crença, ou se um dia acreditaram, puderam acordar a tempo, passaram a enxergar que se trata um mundo muito mais amplo e variado, que permite uma maior projeção na sociedade, mediante a utilização mais completa dos seus frutos. 

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