Autor Carlos Delano
Rebouças
Ter
o completo conhecimento sobre a língua portuguesa, sobre as sua classes
gramaticais, sobre a sintaxe, ou numa abrangência maior, sobre a semântica, não
é comum a todo brasileiro, infelizmente. São tantos os fatores e circunstâncias
que corroboram para esse retrocesso, alheios às necessidades e interesses do
dia a dia, por um mundo melhor.
Declinar
verbos em todas as suas conjugações e tempos, e fazer as corretas concordâncias,
estão entre os mais perceptíveis e comuns erros praticados no cotidiano das
pessoas, nas comunicações estabelecidas, nos diálogos comuns, formais ou não,
que permitem tirar as mais variadas conclusões.
Conjugar
um verbo no seu passado, seja no pretérito do perfeito ou do imperfeito, requer
uma compreensão sobre o seu emprego, ou seja, se pode ou não representar uma
ação ou estado de um passado que pode ou não voltar a acontecer. São duas
conjugações que acontecem na vida de todos nós, que muitas vezes, significa um
fim, ou a oportunidade de fazer novamente, de uma outra maneira. Pena que nem
tudo em nossas vidas acontecem no pretérito imperfeito.
Mas
nem sempre temos a chance de refazer o que foi feito de errado; de reviver momentos,
a fim de reverter situações; ou de repensar nossas atitudes, construídas sob o
alicerce da imaturidade, que o fator tempo não permitiu escolher o pretérito
ideal. Acaba restando um passado perfeito, de uma contraditória imperfeição,
que não permite uma segunda chance, aquela que por vezes sonhamos na vida.
Quantas
vezes somos inflexíveis consigo mesmo? Quantas vezes somos irregulares nas
nossas atitudes? Às vezes, precisamos tanto que nos auxiliem na nossa vida,
seja para uma ação ou uma ligação com uma nova realidade, daquelas que o futuro
pode ser mais que do presente, desde que se apresentem todas as pessoas, em bom
número, num grau absoluto, em todas as conjugações, tempos e modos.
De
fato, desejamos conjugar todos os verbos de nossas vidas, sobretudo, com suas
idas e vindas do tempo, de forma marcante, mesmo que a incerteza do subjuntivo,
com sua imperfeição, queira mostrar o contrário.
Nem sempre somos defectivos nas nossas vidas,
ou seja, não conjugamos por completo os verbos, que esclarecem a nossa pessoa.
Tornamo-nos impessoais, redundando num sujeito inexistente ou inexpressivo, de
poucos predicativos e até duvidosos. Todavia, o desejo de ser o senhor das
ações, como os verbos pessoais, é algo alcançável por qualquer um que objetiva
ser o agente da passiva.
Sejamos
homens de muitos verbos; de muitas conjugações; atemporais; flexíveis; e
regulares...; em todos os modos; na voz ativa e passiva; e sem maldades e
preconceitos nas suas interpretações. Sejamos sujeitos determinados; de muitos predicados
e com capacidade de estabelecer uma vida com período longo. E caso não seja
possível, que seja pelo menos de atitudes coerentes, numa pequena frase que
represente a verdade de nossas vidas.
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