Autor: Professor Carlos Delano
Rebouças
Sempre
quando visualizamos uma oportunidade de emprego no mercado, uma dos fatores que
continuam a chamar a atenção é a experiência exigida na candidatura à função.
Isso é fato.
Dentre
exigências estabelecidas, como nível de instrução, que hoje é fundamental, até
mesmo pela facilidade encontrada para a sua aquisição, são prioridades num
processo seletivo possuir cursos, treinamentos, capacitações e, principalmente,
experiência. Este último, visto como a maior barreira enfrentada pelos
iniciantes e por aqueles que desejam se enveredar em outras atividades
profissionais.
Muitos
bons profissionais passam um bom tempo, ou mesmo, toda a sua vida profissional,
no exercício de um ofício, que outrora, via como aquele identificado sendo a
sua “praia”, mas que, chegando um momento, novo, de descoberta de novas oportunidades,
novos horizontes, sem hesitar, diz: “Vou mudar de profissão e seguir esta nova,
que me parece mais atraente e confortável. Vou batalhar por ela e me tornar um
grande profissional”.
Admirável,
sempre, o homem busca mudar, transformar a sua vida, mudar de profissão, com
otimismo, perseverança, sem em nenhum momento deixar de acreditar em seus
sonhos, contudo, não pode esquecer que obstáculos existem e surgem, nem sempre
inesperados, mas, variados, “puxados” na maioria das vezes pela falta de
experiência.
A
falta de experiência parece impiedosa e incompreensiva, quando desconsidera
toda uma vivência profissional existente, distante e diferente da realidade
desejada. Para ela, de nada importa, infelizmente, possuir cursos, treinamentos
e capacitações relacionadas ao novo ofício. Até parece injusta, imagine, para
aqueles que estão iniciando a sua trajetória profissional. Aí é que se torna
revoltante.
Mas
como mudar esse quadro? Como fazer entender que para tudo deve ter um começo, e
com ele, se adquire a bendita experiência? Será que o mercado precisa ser mais
paciente? Falta preparo ou sobram profissionais experientes, que levam as
empresas a postarem-se dessa forma, fazendo estas exigências?
Ufa! Quantos questionamentos sedentos de
respostas, mas que na verdade, há tempos, não surgem. Na realidade, o mercado
brasileiro com toda a sua exigência passa por um momento muito preocupante em
encontrar determinados profissionais, com determinadas formações e
experiências. Chega a importar de outros mercados, que não significa um bom
negócio, por se tornar caro, sobretudo, acarretando em outros problemas, como
de relacionamentos, culturais e sociais. Têm empresas no Brasil que estão
funcionando com uma produção abaixo do planejado por falta de mão-de-obra
especializada, e não abdica da política de contratação de profissionais somente
com uma considerável experiência, a dar oportunidades a iniciantes.
Sei
que podem achar tratar de um discurso construído sob a óptica de um
trabalhador, revoltado pela falta de oportunidades e pelas exigências impostas,
ou até, sem consistência ou desconhecimento de mercado e de gestão
administrativa, porém, na verdade, não representa ser. Trata-se de uma opinião
construída por um profissional vivido, que teve muitas portas fechadas na sua
cara, diante de inúmeros pedidos, mas que jamais lhe causaram revolta, muito
pelo contrário, servindo somente de estímulo, combustível, para uma dedicação
profunda e integral à educação profissional, à educação como um todo, e
sociedade, no desenvolvimento de diversos instrumentos de ajuda ao próximo.
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