A resiliência é um conceito psicológico emprestado da física,
definido como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar
obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque,
estresse etc. - sem entrar em surto psicológico. No entanto, Job (2003),
que estudou a resiliência em organizações, argumenta que a resiliência
se trata de uma tomada de decisão quando alguém depara com um contexto
entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer. Essas decisões
propiciam forças na pessoa para enfrentar a adversidade. Assim
entendido, em 2006 Barbosa propôs que se pode considerar a resiliência
como uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano condições
para enfrentar e superar problemas e adversidades.
Fatores envolvidos:
Administração de emoções
Refere-se à habilidade de se manter sereno diante de uma situação de
estresse. Ressalta que pessoas resilientes quanto a esse fator são
capazes de utilizar as pistas que leem nas outras pessoas para
reorientar o comportamento, promovendo a autorregulação. Segundo esse
autor, quando essa habilidade é rudimentar, as pessoas encontram
dificuldades em cultivar vínculos e com frequência desgastam, no âmbito
emocional, aqueles com quem convivem em família ou no trabalho.
Controle dos impulsos
Um segundo fator é o controle de impulsos, tal qual é feito por Gandhi,
famoso líder indiano, que se refere à capacidade de regular a
intensidade de seus impulsos no sistema neuromuscular (nervos e
músculos). É a aprendizagem de não se levar impulsivamente pela
experiência de uma emoção. O autor explicita que as pessoas podem
exercer um controle frouxo ou rígido do seu sistema muscular, visto que
esse sistema está vinculado à regulação da intensidade das emoções.
Dessa forma, a pessoa poderá viver uma emoção de forma exacerbada ou
inibida. O controle de impulso garante a autorregulação dessas emoções
ou a possibilidade de dar a devida força à vivência de emoções, tornando
o grau de compreensão do autor mais sensível e apurado mediante a
situação.
Otimismo
Um terceiro fator é otimismo. Nesse fator, ocorre na resiliência a
crença de que as coisas podem mudar para melhor. Há um investimento
contínuo de esperança e, por isso mesmo, a convicção da capacidade de
controlar o destino da vida, mesmo quando o poder de decisão esteja fora
das mãos.
Análise do ambiente
O quarto fator é a análise do ambiente. Trata-se da capacidade de
identificar precisamente as causas dos problemas e das adversidades
presentes no ambiente. Essa possibilidade habilita a pessoa a se colocar
em um lugar mais seguro ao invés de se posicionar em situação de risco.
Empatia
É o quinto fator que constitui a resiliência, significando a capacidade
que o ser humano tem de compreender os estados psicológicos dos outros
(emoções e sentimentos)(colocar-se no lugar do outro).
Autoeficácia
Autoeficácia é o sexto fator, que se refere à convicção de ser eficaz
nas ações propostas. ex: Um homem alcoólatra propõe a si mesmo colocar
em prática um destino longe desta doença pela seguinte ação convicta:
não dar o primeiro gole.
Alcance de pessoas
O sétimo e último fator constituinte da resiliência é alcançar
pessoas. É a capacidade que a pessoa tem de se vincular a outras pessoas
para viabilizar soluções para intempéries da vida, sem receios e medo
do fracasso.
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