Ninguém
pode negar que a forma mais eficiente de adquirir conhecimento é a leitura. É com
ela que podemos absorver informações, confirmar um aprendizado, tornarmo-nos
mais cultos, para derrubar as barreiras do preconceito. O domínio da leitura, para
o homem, é um elemento de inclusão social.
Muito
me entristece quando vejo alguém, principalmente adultos, com as mais
diferentes desculpas, seja ela por estar sem os óculos ou não estou enxergando
bem, ao solicitar a ajuda na leitura de um aviso ou destino de um ônibus, que
na realidade, muitas vezes, representa a falta do domínio da leitura. Podemos
até, quem sabe, creditar a diversos fatores, ora sociais, econômicos ou políticos,
essa carência, decorrente do distanciamento de tantas pessoas nessas condições
em nosso país, dos bancos das escolas.
Apesar
das dificuldades ainda existirem no Brasil e também, muito crescentes, infelizmente,
percebe-se que o número de alunos nas escolas aumentou consideravelmente nos
últimos anos, seja nas capitais ou no interior do país; seja no pré-escolar,
passando pelo ensino fundamental e ensino médio, e até na formação supletiva de
jovens e adultos. Permite-nos acreditar que a qualidade da educação melhorou.
Mas na realidade, não é bem assim.
A
alfabetização pode para muitos especialistas, ser, a confirmação aquisição da
capacidade de escrever, de aglutinar sinais, formando palavras, frases, períodos,
contextualizados ou não, coerentes, quem sabe, mas que possa representar algo
escrito. Já a leitura, também confirma a alfabetização, mesmo que seja somente
a decodificação de sinais, somente. Mas na realidade, também não é bem assim.
Ler e
escrever são dois domínios de mão única, que se completam e complementam.
Ninguém escrever por escrever, exclusivamente, ou seja, escrevendo, põe em
prática a sua capacidade criativa, reflexiva, analítica e perceptiva, de uma
situação, real, que pode levar, também, a construção de uma situação ilusiva ou
surreal, traduzida pela sua capacidade de leitura muito mais profunda do que
seu globo ocular pode permitir com o seu auxílio.
Ler é muito mais que decodificar. A leitura é
a absorção de conhecimento, de informações, que alimentam a nossa memória e que
nos permitem, com sabedoria, externá-los oportunamente, muitas vezes, através
da leitura em voz alta, como porta-vozes da cultura, e com de texto, escritos,
construídos por nós mesmo. Representa ser uma roda-viva de conhecimento.
Mas,
infelizmente, a leitura e a escrita não são enxergados com recursos em favor da
educação, do fortalecimento do conhecimento. Ainda estamos muito distantes de
vê-las com um instrumento de edificação cultural e social, quanto mais, de
derrubada de barreiras, de paradigmas. Estímulos para isso são restritos,
diante de tantos interesses contrários. E assim, Saber codificar e decodificar
parece ser o suficiente para cidadão brasileiro, e o conveniente para os
comandantes deste país.
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