Lembro-me do início de minha vida escolar, no saudoso Colégio
Educandário Casimiro de Abreu, na Barra do Ceará, de cuja direção, por longos
anos, nas mãos do também saudoso Professor Joaquim Batista de Lima. Lá,
aprendemos muito, principalmente o senso de civismo que hoje não se consegue
mais definir.
Todos os dias, enfileirados, todos os alunos encaravam como
um ritual cantar em coro o nosso hino nacional. Hei daquele que não o cantasse
corretamente ou desviasse a atenção para outras coisas. Assim também era com os
demais hinos, como os hinos da Bandeira, da Independência, do Ceará, do
Soldado, dentre tantos, cantados principalmente nas datas comemorativas.
Ai que saudade deste tempo, de educadores com o Professor
Joaquim, que zelavam pelo senso de civismo de seus alunos e permitem que hoje,
com grata lembrança, possamos declinar alguns dos belos versos, destes belos
hinos, desconhecidos pela grande parte da juventude brasileira.
Saudades, também, sentimos, de algumas disciplinas que
fizeram parte de juventude estudantil, como por exemplo, a Organização Social
Política Brasileira, ou simplesmente, OSPB. Esta matéria, como era mais
denominada pelos alunos por muitos anos no Brasil proporcionou a muitos
brasileiros a possibilidade de adquirir um pouco mais de consciência cívica, de
senso de cidadania e de amor ao nosso país. Fez com que essa “brava gente
brasileira” pudesse desenvolver seu senso crítico sobre os seus direitos e
deveres, de uma nação que carecia de um sentimento nacionalista.
Voltando aos meus tempos de estudante do Colégio Educandário
Casimiro de Abreu e à louvável atitude do eterno Professor Joaquim, posso,
hoje, entender que velhos tempos não voltam mais. Que os ensinamentos de um
passado não tão distante insistam em se manter vivos na memória daqueles
estudantes, isso mesmo, na memória, já que nos livros de OSPB, os gestores
públicos da época trataram de eliminar, com a abolição de uma disciplina que
servia como arma contra seus interesses.
O povo brasileiro não precisa cantar o hino nacional; não
precisa saber que feriado é o do dia 07 de setembro, nem o do dia 15 de
novembro, muito menos, saber quem foi Tiradentes e se a sua morte, representa
um dia de feriado no calendário nacional. São conclusões tiradas e aceitas ao
longo do tempo, decorrentes da postura política em nosso país.
Na realidade, para os políticos brasileiros, mesmo os que não
tiveram ou não aproveitaram a oportunidade de ter estudado, como eu, em uma
escola como Educandário Casimiro de Abreu, e sob a direção de um educador como
o Professor Joaquim, jamais sentiram saudades desse tipo de conhecimento,
quanto mais, da velha Organização Social Política Brasileira.
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