Autor:
Carlos Delano Rebouças
O
Brasil passa por um momento extremamente delicado político e economicamente.
Disso ninguém duvida. Contestamos, sim, em achar que se restringe apenas aos
dois cenários. Decerto que não, envolve muito outros mais e em cadeia.
O
brasileiro está sem emprego, sem dinheiro e sem perspectivas. Os poucos
recursos que disponibiliza, direciona para o atendimento de suas necessidades
básicas de sobrevivência. Luxos e vaidades cada vez mais se perdem no rol das
prioridades.
Investimentos
também se reduziram, mas um pouco menos aqueles que mantêm e proporcionam uma
imagem pessoal sempre em alta, esteticamente bem mais aceita pela sociedade.
Esses parecem que não se abateram tanto com a crise em nosso país, ou seja, o
mundo das vaidades e dos excessos ainda parece atrair seus seguidores, como se
fosse a coisa mais importante a se garantir. Mas sem deixar de sê-lo, já que
uma boa imagem e relacionamentos estreitados, mesmo que sejam numa mesa de bar,
podem garantir bons frutos. Nisso muitos acreditam, e quem somos nós para
questionar?
Investir
numa formação, na profissão ou na qualificação transparece que figura em planos
bem inferiores do interesse do brasileiro, ou, pelo menos, de sua maioria.
Acredita-se que seja devido ao cenário nada animador. Contudo, há quem diga,
seguramente, que em tempo algum figurou entre as maiores prioridades. O
dinheiro direcionado a custear estudos sempre foi visto como gasto e não como
investimentos, mesmo que possam representar a garantia de ganhos em curto,
médio e longo prazo.
Embora
o mercado esteja desaquecido, ou seja, estagnado na visão dos mais otimistas,
não podemos deixar de investir na nossa capacitação e qualificação. Nossos
saberes são e sempre significarão a base para a nossa redenção profissional.
Sem eles, não temos argumentos para convencer que podemos, ao menos, concorrer
às escassas oportunidades que surgem no momento.
É
chegada a ora de mensurar os interesses na régua das prioridades. Na balança
das necessidades, o fiel é a sensatez de aceitar que nossas escolhas têm um
preço e pode ser muito alto, caso não olhemos para o futuro com otimismo.
Precisamos acreditar que na vida tudo passa, além das uvas é claro. As
tempestades chegam e se vão, e logo vem a bonança. Também não devemos esquecer
de que, embora pareçam duradouras e devastadoras, as crises acontecem para nos
tirar de uma zona de conforto a qual não acreditávamos estar e permanecíamos
diante de uma enganosa situação de segurança.
Enquanto
juntamos os velhos caquinhos das escolhas mal feitas nas nossas vidas – que
nada mais é que a colheita de frutos amargos dos dessabores sofridos pela
priorização das vaidades em detrimento de uma sensata opção pela necessidade de
se condicionar para momentos mais felizes, capazes de surgir até em momentos menos
esperados com o que vivemos – o bonde vai passando, e com ele, as oportunidades
vão se perdendo por um caminho o qual nem mais saberemos identificá-lo.
Acordemo-nos,
então! Precisamos! Sabedoria e bom senso acima de tudo, meu povo! Não podemos
deixar de acreditar na virada desse jogo. Não duvide de que quando surgir um
grito em busca de um competente no mercado para ocupar uma rara vaga surgida,
muitos dirão “sou eu”, mas poucos ouvirão “é você”.
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