por Carlos
Delano Rebouças
Às vezes, sem mesmo contar
com o desespero que nos toma, acreditamos que podemos encontrar soluções para
os nossos problemas com a ajuda de alguém. Sempre os primeiros a serem buscados
são parentes e amigos, ficando a ordem a critério de cada um.
Contudo, nem
sempre essas soluções são encontradas. Torna-se mais uma frustração a somar-se
a tantas já catalogadas no seu dossiê de insucessos. Engordam a fila das
desilusões e aumenta ainda mais a carga de negatividade que permeia a sua vida.
Diante de situações
como essa, o que resta? Em que redunda? Começo pela segunda indagação, esta que
parece ser unânime em todos que procuram por ajuda e não a recebe daqueles que
acreditava serem amigos ou ter a consideração mínima que um parente deve ter.
Nessa situação,
com uma dose de precaução, seria bem melhor nem buscar recorrer a amigos e
parentes. Quando não se recebe uma negativa de imediato ao pedido de ajuda, não
tarda a ouvir: "Pode deixar comigo, o que eu poder fazer..."
A questão é que
nunca é feito de verdade e o tempo passa, passa, passa, passa..., e os
problemas aumentam e o desespero com ele cresce a ponto de tirar-lhe a paz.
Essa condição é somente sua, pois, ao contrário, todos estariam a postos
dividindo as suas alegrias.
Certa vez, ao
tentar a ajuda de um "amigo", numa oportunidade de trabalho,
primeiramente, por telefone, disse não se lembrar de mim. Ora! Disse: “Como não
se lembrar de mim”, refrescando sua memória com diversos momentos vividos? Na
verdade, foi a primeira saída para se esquivar de me estender a mão. Em
seguida, depois de muito esforço, disse se lembrar, mas afirmou não atuar na
instituição a qual pretendia trabalhar, mesmo tendo eu a certeza de que faz
parte do quadro de colaboradores dela.
Como é pequeno
o homem, não é? Será que se tratou apenas de um ato egoísta que o leva a não
ajudar a qualquer pessoa que seja? Uma questão pessoal? Não! Sempre fomos bons
"amigos" e excelentes colegas. Na verdade, nenhum dos dois.
Para encurtar
essa estória, fui pelo caminho convencional, fazendo o envio do meu currículo
para o setor responsável, participei da seleção, obtive êxito e lá estive ao
seu lado. Quando me viu, assustado, pode até ter pensado em me perguntar o que
estava fazendo ali, mas hesitou, pois poderia ter como resposta a mesma pergunta.
Com esse
"amigo", muitos outros agiram e agem assim comigo e com qualquer um
de nós. Tenho certeza de que fatos como esse cada um tem vários a contar.
Então, o que nos resta a fazer? Lamentar? Sim, pela pequenez que decidiram
ser.
Continue a ser
pequeno e insignificante! Continue a destratar a quem jamais os destratou!
Continue a entender que aqueles que um dia, por estarem numa situação que
denotava atraente às suas pretensões, mas que hoje não estão, por algumas
circunstâncias da vida, não mais os interessam. Saiba que você ajuda mais que
atrapalha.
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