segunda-feira, 29 de maio de 2017

INFELIZMENTE ISSO ACONTECE


por Carlos Delano Rebouças

Às vezes, sem mesmo contar com o desespero que nos toma, acreditamos que podemos encontrar soluções para os nossos problemas com a ajuda de alguém. Sempre os primeiros a serem buscados são parentes e amigos, ficando a ordem a critério de cada um.
Contudo, nem sempre essas soluções são encontradas. Torna-se mais uma frustração a somar-se a tantas já catalogadas no seu dossiê de insucessos. Engordam a fila das desilusões e aumenta ainda mais a carga de negatividade que permeia a sua vida.
Diante de situações como essa, o que resta? Em que redunda? Começo pela segunda indagação, esta que parece ser unânime em todos que procuram por ajuda e não a recebe daqueles que acreditava serem amigos ou ter a consideração mínima que um parente deve ter.
Nessa situação, com uma dose de precaução, seria bem melhor nem buscar recorrer a amigos e parentes. Quando não se recebe uma negativa de imediato ao pedido de ajuda, não tarda a ouvir: "Pode deixar comigo, o que eu poder fazer..." 
A questão é que nunca é feito de verdade e o tempo passa, passa, passa, passa..., e os problemas aumentam e o desespero com ele cresce a ponto de tirar-lhe a paz. Essa condição é somente sua, pois, ao contrário, todos estariam a postos dividindo as suas alegrias.
Certa vez, ao tentar a ajuda de um "amigo", numa oportunidade de trabalho, primeiramente, por telefone, disse não se lembrar de mim. Ora! Disse: “Como não se lembrar de mim”, refrescando sua memória com diversos momentos vividos? Na verdade, foi a primeira saída para se esquivar de me estender a mão. Em seguida, depois de muito esforço, disse se lembrar, mas afirmou não atuar na instituição a qual pretendia trabalhar, mesmo tendo eu a certeza de que faz parte do quadro de colaboradores dela. 
Como é pequeno o homem, não é? Será que se tratou apenas de um ato egoísta que o leva a não ajudar a qualquer pessoa que seja? Uma questão pessoal? Não! Sempre fomos bons "amigos" e excelentes colegas. Na verdade, nenhum dos dois.
Para encurtar essa estória, fui pelo caminho convencional, fazendo o envio do meu currículo para o setor responsável, participei da seleção, obtive êxito e lá estive ao seu lado. Quando me viu, assustado, pode até ter pensado em me perguntar o que estava fazendo ali, mas hesitou, pois poderia ter como resposta a mesma pergunta.
Com esse "amigo", muitos outros agiram e agem assim comigo e com qualquer um de nós. Tenho certeza de que fatos como esse cada um tem vários a contar. Então, o que nos resta a fazer? Lamentar? Sim, pela pequenez que decidiram ser. 
Continue a ser pequeno e insignificante! Continue a destratar a quem jamais os destratou! Continue a entender que aqueles que um dia, por estarem numa situação que denotava atraente às suas pretensões, mas que hoje não estão, por algumas circunstâncias da vida, não mais os interessam. Saiba que você ajuda mais que atrapalha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário