Todo corretor que pega uma redação para analisar observa se ela é boa ou não logo pela introdução. Mas afinal, como fazer uma boa introdução? Vejamos:
Ela precisa ser direta, simples e objetiva. Na teoria parece difícil, mas é mais simples do que parece. Tenha em mente o seguinte:
1) Todo o texto gira em torno da introdução que você elaborou; é nessa introdução que vamos dizer do que o texto vai falar.
2) O tamanho ideal de uma introdução deve variar de 2 a 5 linhas.
3) Em cada parágrafo posterior do desenvolvimento, devem ser defendidas as frases elaboradas na introdução. Vamos explicar isso com um exemplo para ficar mais claro. Digamos que a introdução de uma redação sobre “Tigres” fosse:
“Tigres são agressivos. Porém, nada impede que sejam domesticados”.
O primeiro parágrafo do desenvolvimento dessa redação teria que explicar o motivo dos tigres serem agressivos, e o segundo parágrafo explicaria como é possível domesticar um tigre. Note que a primeira frase da introdução seria explicada no primeiro parágrafo do desenvolvimento e a segunda frase seria explicada no segundo parágrafo.
Seguindo essa sugestão, garantimos nota no critério “Organicidade”. Esse critério é utilizado por todos os corretores de redações, pois mede o quão organizado é o seu texto. Se você cuidar para que cada frase da introdução seja explorada em um parágrafo, seu texto terá uma estrutura bem lógica e organizada.
Muito bem, agora que já aprendemos os 3 pontos básicos para criar uma introdução, podemos ver que é muito importante ser objetivo na introdução, sem enrolar.
É bom ser direto ao ponto, sem dar voltas e voltas. Se o tema é sobre melancia, não comece falando sobre beterraba. Precisamos ser fiéis ao tema, isso é bastante avaliado. Como já comentamos que o desenvolvimento irá ser criado a partir do que você disse na introdução, é preciso construir uma introdução bem focada no assunto do tema. É fácil de perceber se o texto vai ser fiel ou não lendo a introdução do candidato.
Exemplo de uma boa introdução
Vamos mostrar na prática então como se faz uma introdução. Digamos que o tema seja “O chocolate no mundo moderno” (mesmo tema abordado no artigo anterior).
Apenas relembrando, a introdução pode ser desenvolvida a partir da seguinte pergunta sobre o tema: “o que eu penso sobre isso?”. Então, vamos respondê-la:
Eu penso que chocolate faz bem à humanidade. Só que não dá pra exagerar, pois pode acabar sendo prejudicial.
Já que é isso o que eu penso sobre chocolate, minha introdução pode ser assim:
“Chocolate faz bem à humanidade. Porém, apesar de trazer inúmeros benefícios, o seu consumo em excesso pode causar enormes prejuízos à saúde."
E está pronto. Se você perceber, ela está bem abrangente, mesmo sendo curta. Isso é o ideal.
O próximo passo seria começar o desenvolvimento, então no 1º parágrafo a gente diria por que chocolate é bom; e no 2º parágrafo diríamos por que não podemos comer chocolate em excesso.
Repare que, por enquanto, na introdução, apenas afirmamos que chocolate faz bem. Ainda não convencemos ninguém disso. E como convencer? Essa é justamente a tarefa do desenvolvimento. Vamos falar dele depois com detalhes, apenas lembre da grande diferença que existe entre introdução e desenvolvimento.
A introdução serve para apresentar o assunto que você vai abordar. O desenvolvimento serve para explicar as afirmações que você fez na introdução. Isso vai ficar ainda mais claro no próximo exemplo:
Como fazer uma introdução ruim
Considerando o tema anterior sobre chocolate, digamos que um aluno tivesse elaborado essa introdução:
“Chocolate faz bem à humanidade, pois traz uma sensação de bem-estar. Porém, apesar de trazer benefícios, o seu consumo em excesso pode trazer prejuízos, como o ganho de peso e a diabetes”.
Apesar de estar bem escrita, essa introdução é péssima, pois misturou desenvolvimento com introdução (em vez de somente apresentar o assunto, essa introdução explicou e argumentou, o que é tarefa do desenvolvimento).
Para ser coerente, esse aluno agora precisaria explicar no desenvolvimento o motivo do chocolate trazer uma sensação de bem-estar, o motivo dele favorecer o ganho de peso e o motivo dele causar a diabetes. A menos que o aluno esteja muito bem informado sobre o assunto (ou melhor, seja um especialista na área), podemos considerar que ele não vai conseguir cumprir essa missão. O que aconteceria na prática é que esse assunto de diabetes, por exemplo, provavelmente nunca mais seria mencionado no texto, e isso seria um grande equívoco. Afinal, por que você apresentaria seu texto com algo que não vai falar? É como dizer: “Tomates são azuis” e depois falar sobre molho de tomate, salada de tomate, sem nunca mais tocar no assunto de tomates azuis. Alguém iria dizer: “Você não me convenceu que tomates são azuis!”.
Então a dica é simples: não dificulte a sua vida! Faça uma introdução simples, curta e objetiva, mencionando algo que você sabe abordar e desenvolver depois. Introdução não é lugar para argumentação, é para apresentação.
Causando uma boa impressão
Além de ter o poder de definir a organização do texto, a introdução pode causar uma primeira boa impressão. Se ela estiver concisa, clara e organizada, o avaliador já vai ver seu texto com outros olhos, pois vai pensar que você sabe o que está fazendo, que não apenas pegou um lápis e saiu riscando loucamente no papel.
Então concentre-se nisso e passe a olhar a introdução de um jeito diferente; entenda o motivo dela existir e e cumpra com seu papel, como ensinamos aqui. Esse tipo de detalhe faz toda a diferença na sua nota final. Segredos como esse são o que fazem um texto tirar uma excelente nota, mesmo sem ser um artigo extraordinário.
É possível pegar um texto simples, sem nada de excepcional, e fazê-lo tirar uma ótima nota, simplesmente por ser construído nos padrões certos. A maioria das pessoas não faz isso. Como vimos naquele exemplo, a introdução da grande maioria acaba explicando a si mesma, misturando desenvolvimento com introdução. Depois não aborda os assuntos que mencionou, não organiza o texto conforme a introdução foi construída.
É comum ver os candidatos se queixando que sua nota foi baixa, e não é por acaso! Lembre-se: existem muitos critérios de correção em uma redação. A boa notícia é que a maioria deles são simples de se obter, basta que você os conheça.
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