1) A Competência
3 é
avaliada com bastante cautela e atenção pelos avaliadores, já que ela traz
informações preciosas sobre o sujeito autor, o que ele pensa a respeito do
tema, de que maneira problematiza questões sociais, enxerga o mundo a sua volta
e se coloca no mundo discursivamente, seja em âmbito formal, como em um texto
de natureza argumentativa, seja em uma conversa informal, com aqueles de seu
convívio. Nessa competência é possível avaliar se os sujeitos estão
amadurecidos, de que maneira convencem os outros sobre determinados assuntos a
partir da palavra, já que isso fazemos o tempo todo, na escola, em uma roda de
amigos, no trabalho, nas redes sociais: sempre temos alguma coisa a dizer sobre
determinado assunto.
2) O autor deve atentar ao fato
de que os leitores buscam em seu texto informações novas sobre o tema, pois o
senso comum ele já sabe por meio das mídias de massa, como TV, rádio e
internet. Isso significa que o autor jamais deve reproduzir informações óbvias,
ele deve trazer para a discussão argumentos consistentes que façam o leitor
questionar-se: “Como não pensei nisso antes?”.
3) O autor deve desenvolver sua
tese a respeito do tema e selecionar argumentos com o objetivo de
sustentá-la até o final do texto e de convencer os leitores de todas as idades,
gêneros ou classes sociais a acatarem seus pontos de vista. Isso não é
tarefa fácil, já que há todo tipo de leitores, como aqueles que acreditam na
primeira notícia que leem e outros que são bastante desconfiados. Afinal, quem
é você, autor, para que eu acredite em você?
4) Uma argumentação consistente
envolve a seleção, organização e interpretação de dados, fatos e informações
que possam ser comprovados a partir de pesquisas, números e notícias, bem como
a mobilização de outras vozes de autoridade para concordar ou refutar. Em suma,
os argumentos consistentes são aqueles que não partem do “achismo” do autor.
5) Um grande problema que
encontramos a respeito da competência 3 é a reprodução de informações
que a maioria já está cansada de saber, pois, de tão divulgadas nas mídias, são
comuns e não despertam a reflexão. O leitor sai da leitura do texto do mesmo
jeito que entrou. Nesses casos, podemos considerar que o texto não tenha
cumprido seu objetivo, apenas “ludibriou” o leitor. O autor deve
problematizar o tema, não reproduzir constatações.
6) Para convencer/persuadir os
leitores, são necessárias algumas estratégias. O autor pode apresentar-se no
texto como sendo uma voz de autoridade, como um profissional de conhecimentos
notórios autorizado a debater sobre o tema ou como um profissional da área que,
diariamente, lida com o assunto.
7) Evite fazer afirmações ou
generalizações que não possam ser comprovadas. Sem comprovação, fica
difícil convencer alguém. A generalização deve sempre ser evitada, já que as
pessoas são e pensam diferentemente e porque existem outras realidades,
culturas e sociedades que lidam com naturalidade sobre aquilo que repudiamos e
vice-versa. Lembre-se: o mundo é grande e somos seres heterogêneos. Evite, por
exemplo, expressões como: “as pessoas ficam mais conectadas a seus aparelhos
celulares do que a suas famílias...”. TODAS as pessoas são assim? Outra forma
de generalizar é quando o autor aborda o tema apenas a partir de um viés,
positivo ou negativo, ou seja, ou as coisas vão muito bem, ou vão muito mal.
Normalmente, os estudantes posicionam-se politicamente corretos e afirmam que
as coisas vão mal, muito mal. É sempre bom pensarmos: será que não há nada de
positivo sendo feito ao longo dos séculos?
8) O ponto de vista do autor
a respeito do tema deve estar relacionado à tese apresentada ainda na
introdução. Na introdução, o autor do texto apresenta uma tese geral, o que
ele considera como relação de causa e consequência sobre o tema. No
desenvolvimento, o autor apresenta fatos, dados, notícias, vozes e argumentos
que possam comprovar a tese inicial. A partir de cada argumento, o autor faz
sua crítica: concorda ou não, felizmente ou não, que é preciso tomar atitude,
etc.
9) O autor deve selecionar
apenas as informações e dados mais relevantes, já que possui um espaço de
apenas 30 linhas para desenvolver todo o texto.
10) Os argumentos
selecionados pelo autor devem ser retirados tanto dos textos motivadores quanto
dos conhecimentos adquiridos ao longo de sua formação. Isso está claro nos
comandos da proposta e significa que será avaliada sua leitura de mundo, seus
conhecimentos nas mais diversas áreas do saber, como filosofia, artes,
biologia, geografia etc., e sua capacidade de relacionar os saberes aos fatos
sociais.
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