Autor: Carlos Delano Rebouças
Acredita-se que quando se vê uma
casa às escuras, com suas janelas e portas sempre fechadas, mesmo sendo
habitada, pode ser um sinal de que ali têm moradores, merecedores de uma
atenção especial.
Voltemos à origem da vida. Somos
concebidos e passamos longos nove meses no ventre de nossas mães a espera do
dia de virmos ao mundo. Expectativas de todas as partes - pais, parentes,
amigos, vizinhos - aliás, de todos que acompanharam todo o processo vivido, e,
principalmente, do bebê, que não ver a hora de abrir seus olhinhos e enxergar o
mundo que lhe foi oferecido, absolutamente. Assim nascemos para a vida em plena
liberdade.
Essa tal liberdade, tão almejada,
em muitos casos, é castrada pelas mais diferentes razões. Questões de justiça,
por exemplo, quando se comete algum crime e que deve cumprir a pena atribuída,
ou de doença, também, refém de um leito de hospital, podem restringir o direito
de socialização de muita gente. Leva a se conduzir uma vida de forma restrita,
fechada, sem aproveitar o mundo e suas belezas como foi sonhado.
Contudo, nem sempre uma prisão ou
um hospital significam os calabouços de tantas pessoas que evitam o mundo, as
pessoas e as relações. Muita gente tem aparentemente toda a liberdade que Deus
lhe deu, desde seu nascimento; muitos, jamais, entraram numa delegacia, quiça
numa penitenciária, para fazer sequer uma visita, mas preferem se fechar para a
vida, para o mundo, passando a viver o seu mundo, maquiado com um vaso de
flores e rosas na frente de sua casa, fechada, querendo respirar, como a sua
vida.
Este vaso de flores e rosas pode
não exalar o cheiro da liberdade. Tem até quem prefira as flores de plástico,
porque não morrem, não é Titãs? Mas ninguém nega que são belas, mesmo que
sincronicamente não permitam que sua beleza seja admirada, por se fecharem, ou,
quem sabe, por murcharem antes do tempo, pela falta de alegria de viver.
Ornamente a sua vida com prazer,
e que tenha o mesmo para viver. A felicidade e o prazer pela vida têm seus
estímulos de dentro para fora, também de sua casa, confirmando-se no vaso de
flores e rosas no seu jardim. Abra-se para a vida e Permita-se. Encha o seu
peito de ar e purifique-se. Respire profundamente e estampe um belo sorriso no
rosto, sempre. Jamais deixe que as flores e as rosas que colocaste no vaso, no
seu jardim, murchem com a sua vida. Elas não são de plástico.
Ilumine-se, sempre, com a luz que
lhe foi dada quando nasceste para o mundo de todos nós, na certeza que chegaste
para ser feliz, e que, em nenhum momento e por hipótese alguma, deixará de
regar com entusiasmo o jardim de sua vida.
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