por Carlos Delano Rebouças
Hoje
acordei e vi o meu céu de fortaleza, que há muito tempo azulado e de pouquíssimas
nuvens brancas de um brilho sem igual, escuro e de nuvens carregadas. Juro que
ainda sonolento não acreditava no que via.
Esfreguei
meus olhos de remela uma ou duas e, entre algumas piscadas, três ou quatro
vezes, querendo ter a certeza de que aquilo que via não era uma miragem. Tratava-se
de uma verdade.
Mas
como se alegrar com um simples tempo nublado, situação tão normal em tantas
outras regiões do País e do mundo? Por qual razão buscar na limpeza
inconsistente dos olhos algo que nossa esperança já parece cansada de esperar?
É
querer acreditar que isso se torna rotina – que venham logo para a minha terra nuvens
carregadas de chuvas para derramar na terra árida e seca de desilusões a
alegria de um nordestino que sofre com a escassez de água; que nossos reservatórios
venham a se banhar com as primeiras águas – para minimizar todo um sofrimento
que toma conta de toda uma região.
Que
não somente possa ver nuvens carregadas ao amanhecer, mas que veja chuva nas
proporções que Deus queira nos enviar. O nordeste precisa de água. Nossos
sertanejos precisam cuidar de suas lavouras, de suas criações.
Que
o rosto de uma gente sofrida não seja lavado com lágrimas de sofrimento, mas
com chuvas de alegria.
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